(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

PF prende 17 por corrupção em Governador Valadares

Entre os detidos, servidores públicos e sete vereadores de Governador Valadares acusados de receber propina para favorecer empresa concessionária de transporte coletivo na cidade


postado em 20/05/2016 06:00 / atualizado em 20/05/2016 07:26

Até agora, foram realizadas três fases da operação, com o afastamento de 15 vereadores no total e prisão de sete deles (foto: Tracy Bonilla/Conexão 33)
Até agora, foram realizadas três fases da operação, com o afastamento de 15 vereadores no total e prisão de sete deles (foto: Tracy Bonilla/Conexão 33)

Dezessete pessoas, entre os quais sete vereadores, servidores públicos e empresários, foram presas nessa quinta-feira (19) em Governador Valadares, Leste de Minas, na terceira fase da Operação Mar de Lama. Elas são suspeitas de envolvimento no esquema de desvio de recursos públicos na prefeitura e do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) do município. As investigações são comandadas pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e Grupo de Apoio de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual e Ministério da Transparência. A novidade desta nova etapa das investigações é a descoberta de um suposto esquema de pagamento de propinas a vereadores para favorecer uma empresa concessionária do transporte coletivo na cidade, incluindo a votação de projetos do aumento do preço da passagem de ônibus.

Os nomes dos detidos na operação não foram divulgados. Conforme fonte policial, os sete vereadores presos estão entre os oito integrantes da Câmara Municipal de Governador Valadares que tinham sido afastados de suas funções desde a primeira fase da operação, desencadeada em 11 de abril. Também estaria entre os presos o ex-diretor-geral do SAAE de Governador Valadares Omir Soares Quintino.

Na primeira etapa da operação foi investigado um esquema montado na prefeitura e no SAAE para o desvio de verbas destinadas a obras de saneamento. Segundo as investigações, no final de 2013, a cidade foi arrasada pelas fortes chuvas. Foi decretado estado de emergência para facilitar a captação de verbas federais para reparação dos danos. Os envolvidos no esquema teriam se aproveitado da situação de emergência para contratar serviços sem licitaçoes e desviar recursos públicos.

De acordo com o MPE, nesta fase da Mar de Lama foram investigados atos relativos à Justiça estadual. Foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva (dos quais três cumpridos até a tarde dessa quinta-feira (19)), 15 de prisão temporária (14 cumpridos) e 21 mandados de busca e apreensão. Dezessete servidores publicos foram afastados da função por suspeita de participação nas irregularidades. A prefeita Elisa Costa (PT) não é alvo das investigaçoes, informaram os responsáveis pela operação.

Foi descoberto um esquema de pagamentos periódicos de valores aos vereadores para que eles favorecessem a empresa que explora o transporte coletivo de passageiros no município. Os valores seriam diferenciados por cada vereador. As investigações também apontam pagamentos a servidores públicos. “A empresa pagava os agentes públicos e a alguns vereadores para que ela pudesse ter benefícios diretamente com relação à sua prestação de serviço dentro de Governador Valadares e em prejuízo claro para a população”, afirmou o promotor de Justiça Evandro Ventura Silva, do Gaeco, em entrevista.

De acordo com o Ministério Público Estadual, foram levantadas provas de que agentes públicos intermediaram acordos para aprovar propostas que eram vantajosas para a empresa, como o aumento da passagem de ônibus. Eles também tentaram barrar projetos que beneficiavam a população, mas que contrariavam os interesses da empresa, como a construção de banheiros públicos nos pontos de ônibus.

Operação Mar de Lama

Primeira fase (11 de abril)

A operação foi desencadeada pela PF e pelo MPF para desarticular organização criminosa instalada na prefeitura e no SAAE de Governador Valadares. Em dezembro de 2013, a cidade foi castigada por fortes chuvas e a enchente no Rio Doce arrasou bairros inteiros, o que motivou a decretação de estado de emergência no município, visando captar recursos do Ministério da Integração Nacional para realizar obras e atenuar os efeitos da tragédia. Segundo a PF, a organização criminosa se aproveitou da situação de emergência para fraudar procedimentos de concorrência pública e desviar recursos públicos. Foi investigado um contrato de R$ 4, 7 milhões. Oito pessoas foram presas. Vinte e um agentes públicos afastados de suas funções, entre os quais oito vereadores.

Segunda fase (27 de abril)
» Mais oito vereadores são afastados da função, após ser descoberto nas investigações que eles teriam recebido o pagamento de vantagens para votar em projetos de interesse dos envolvidos no esquema de corrupção na prefeitura e no SAAE. Um dirigente do SAAE também foi afastado.

Terceria fase (19 de maio)
» 17 pessoas presas, entre as quais sete vereadores. Eles são suspeitos do recebimento de propina para defender e aprovar iniciativas e projetos de interesse da empresa concessionária do transporte coletivo na cidade, incluindo proposta de aumento da passagem de ônibus.

 

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)