
Segundo cálculos de governistas, um placar que indique o total de votos necessários para o afastamento definitivo de Dilma — 54 ou dois terços do total de senadores — poderia afundar as esperanças de uma eventual vitória no futuro. Foi o que relatou o líder do governo na Casa, Humberto Costa (PT-PE), em entrevista ao Correio. “Se eles tiverem, agora, dois terços ou um pouco mais, isso é favorável a eles. Se eles tiverem algo perto de 58 votos, aí fica mais difícil puxar cinco ou seis do lado de lá. Mas, se eles não atingirem os 54, acho que tem um clima favorável para nós”, avaliou Costa.
Entre os votos não declarados ou considerados indecisos, está o do presidente da Comissão Especial do Impeachment, Raimundo Lira (PMDB-PB). O senador paraibano havia se declarado favorável ao afastamento temporário, mas voltou para o rol dos indecisos antes de assumir o cargo na comissão. “Quero assumir a Presidência da Comissão sem juízo de valor, para ter liberdade de conduzir o processo e respeitar o contraditório”, disse Lira à época. Agora, ele diz ter definido o voto, mas não abrirá a posição até a votação. “Já que eu me declarei isento para assumir a presidência e está muito próximo (da votação), estou resguardando esse voto”, disse. Até mesmo apoiadores do governo, no entanto, apostam que ele manterá a opinião já divulgada, aumentando para 52 os apoiadores declarados pelo afastamento.
