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Estado de Minas

Dilma e Temer protagonizam uma relação entre 'tapas e beijos'

O diálogo entre a presidente e o seu vice começou a deteriorar a partir do segundo mandato da dupla


postado em 13/04/2016 09:19 / atualizado em 13/04/2016 09:59

(foto: José Cruz/Agência Brasil - 09/09/13)
(foto: José Cruz/Agência Brasil - 09/09/13)

Não é de hoje que a presidente Dilma Rousseff (PT) e o vice Michel Temer (PMDB) discutem a relação entre tapas e beijos. Só que, ao que parece, depois do áudio vazado na segunda-feira (11), o relacionamento entre os dois fincou raízes em acusações mútuas que já extrapolam os bastidores e ganham a arena da política pela disputa do poder. De uma atuação discreta, no primeiro mandato, Temer ganha os holofotes ao ser chamado pela presidente a ajudá-la no diálogo com o Congresso Nacional. O desafio proposto era apaziguar parlamentares dispostos a volta e meia a lançar uma pauta bomba no colo da presidente.

Temer assumiu o posto de articulador político do governo em abril deste ano, em meio a uma profunda crise de diálogo do Planalto com o Congresso. Pouco mais de quatro meses depois, o vice-presidente lava as mãos e anuncia, em encontro reservado com a presidente, que a tarefa de servir de ponte entre o governo e o Congresso já não era mais dele. Embutida na comunicação, conforme 'delatores" dos escaninhos do poder em Brasília, estava uma queixa que envolvia principalmente o então todo poderoso ministro da Casa Civil, Aloízio Mercadante, hoje na pasta da Educação. Ele teria atravessado o caminho do vice, o desautorizando nas negociações para pacificar o Parlamento, leia-se cargos e outras benesses que a busca por governabilidade dá vazão no Brasil.

Além de Mercadante, o clima ruim entre Temer e Dilma chegara à época, em agosto do ano passado, a um estremecimento que só fez piorar com o tempo. O vice declarou então que o país precisava “de alguém com capacidade de reunificar todos”. A frase foi interpretada no Planalto como uma crítica do vice-presidente a Dilma e uma estratégia para ganhar visibilidade em um momento em que a presidente se encontrava fragilizada por ameaças de impeachment.

Na sequência, em setembro do ano passado, Temer põe mais uma pá de cal na relação. Em uma reunião com empresários, em São Paulo, o vice afirma que a baixa popularidade Dilma a impediria de concluir o mandato. O clima azedou de vez. No dia 8 de dezembro - a exemplo do que ocorreu no áudio vazado na segunda-feira (11), onde o vice assume discurso de presidente no lugar de Dilma-, uma carta endereçada à presidente também vem a público. Um rosário de queixas traz a missiva de Temer à titular Dilma. Nela, ele reclama de ter sido desprezado e tratado apenas como um "vice decorativo".

Em seguida, Temer e seus colaboradores mais fiéis, entre eles Moreira Franco e Eliseu Padilha, dão prosseguimento à articulação para o desembarque do PMDB do governo. O rompimento com o governo é oficializado no dia 29 de março passado. A iniciativa rachou o partido, refletido na permanência no cargo de seis dos sete ministros da cota peemedebista, apesar de a direção da legenda ter deliberado por abandonar o governo à própria sorte. Agora, em mais um round desse embate de Dilma com seu vice, ela vem a público dizer que Temer é golpista, tendo como vice o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ). Declaração rebatida por Temer com a afirmação de que "golpe é romper com o que está na Constituição". Aguardemos os próximos capítulos.


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