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Estado de Minas

Insinuação de Lula ajudando Cerveró 'beira o raio da loucura', diz Carvalho


postado em 03/03/2016 17:35

O ex-ministro e um dos principais aliados do ex-presidente Lula, Gilberto Carvalho, afirmou que foi de indignação a sua primeira reação ao saber do vazamento da delação de Delcidio Amaral, ex-líder do governo no Senado. Para ele, a insinuação de que Lula teria induzido Delcídio a repassar dinheiro para ajudar o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró a fugir do País "beira o raio da loucura".

"Essa bobagem do Delcídio que o Lula teria induzido a repassar dinheiro para o Cerveró beira o raio da loucura", disse Carvalho. "A palavra dele (Delcidio) é tão vazia, tão desacreditada. Ele vai ter que mostrar provas. É mais uma pólvora da Lava-Jato que se esvai."

A revista IstoÉ divulgou os detalhes da delação de Delcídio que teria 400 páginas. O senador citou vários nomes, entre eles o da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e detalhou os bastidores da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, entre outros assuntos.

Segundo Delcídio, teria partido de Lula a ordem para que o senador tentasse convencer o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, preso na Lava-Jato, a não implicar o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente, em uma eventual delação premiada. As revelações do ex-líder do governo fazem parte de um documento preliminar da colaboração, que aguarda homologação do Supremo Tribunal Federal.

Para Carvalho, os vazamentos da operação Lava-Jato continuam acontecendo de forma "maluca e covarde", o que acaba desmoralizando a operação. Carvalho afirma não ter cabimento a afirmação que Lula ou Dilma Rousseff tentaram interferir na condução da Lava-Jato.

"É uma pena, porque é uma operação de combate à corrupção, no entanto o que vemos é delatores soltos fumando charutos e presos apenas os políticos como o Vaccari e o Dirceu", disse em referência ao ex-tesoureiro do PT, preso e condenado em primeira instância na Lava-Jato, João Vaccari, e ao ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, que cumpriu pena por envolvimento no mensalão e agora está preso suspeito de envolvimento nos desvios da Petrobras.

Gilberto Carvalho avalia que o vazamento da delação do Delcídio, assim como vazamento de acordos firmados com executivos da Andrade Gutierrez, mostram que a Lava-Jato está se tornando instrumento de "combate político" para "perseguir Lula e o PT".

"A operação vai se desacreditando tanto nessa questão do Delcídio como no vazamento da delação do Otávio Azevedo, se é verdade que ele teria dito que a Andrade deu dinheiro para Dilma mas não fala nada do dinheiro pro Aécio (Neves, presidente do PSDB e candidato derrotado à presidência da República em 2014)", afirmou Carvalho. "Vai ficando claro que é uma operação feita para perseguir o Lula e o PT. Era para combater corrupção, mas vira instrumento de combate político."

Em depoimentos colhidos pela Lava Jato, o ex-presidente do grupo Otávio Azevedo e outros executivos da Andrade Gutierrez relataram pagamentos diretos da empreiteira a empresas que prestaram serviços para a campanha de Dilma Rousseff em 2010. Eles também teriam afirmado que a Andrade pagou por pesquisas eleitorais que colocaram Dilma à frente dos adversários durante a campanha.

Gilberto Carvalho passou o dia hoje no Instituto Lula, mas, segundo ele, estava lá para discutir um projeto relativo a movimentos sociais com os diretores Luiz Dulci e Clara Ant. Carvalho disse ter visto Lula rapidamente e não ter conversado diretamente com o ex-presidente sobre a delação de Delcídio.


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