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Estado de Minas

Empreiteiro da OAS está na fila da delação

Dono da OAS pode ser o próximo a fazer acordo para contar o que sabe sobre o esquema de corrupção na Petrobras e sobre as obras da empresa no sítio em Atibaia e no triplex do Guarujá


postado em 03/03/2016 06:00 / atualizado em 03/03/2016 07:19

Léo Pinheiro já foi condenado a 16 anos por envolvimento no esquema (foto: Luís Macedo/Agência Câmara - 2/8/15)
Léo Pinheiro já foi condenado a 16 anos por envolvimento no esquema (foto: Luís Macedo/Agência Câmara - 2/8/15)

São Paulo – O empresário José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, dono da OAS, admitiu a pessoas próximas fechar um acordo de delação premiada com investigadores da Procuradoria-Geral da República (PGR) responsáveis pela Operação Lava-Jato. Um dos empresários mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele deve contar, numa eventual colaboração, detalhes sobre o esquema de corrupção na Petrobras e sobre obras feitas pela empreiteira em imóveis em Atibaia e no Guarujá para a família do petista.

O acordo com investigadores ainda não foi formalizado, segundo interlocutores do empresário ouvidos pela reportagem, mas voltou ao radar do empresário depois que o Supremo Tribunal Federal (STF), num novo entendimento, autorizou a execução de penas de prisão após a confirmação de sentenças em segunda instância – antes, isso ocorria após o trânsito em julgado, com o esgotamento de todos os recursos da defesa.

Outro fator levado em consideração foi a apreensão, pela Polícia Federal, de mensagens de celular trocadas por Léo Pinheiro com outros executivos e dezenas de políticos. A avaliação é de que o material pode comprometê-lo ainda mais na Lava-Jato, fundamentando novo decreto de prisão.

Léo Pinheiro já foi condenado a 16 anos e quatro meses de prisão por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras e aguarda decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) a respeito. A corte tem confirmado decisões tomadas pelo juiz Sergio Moro no primeiro grau.

Léo Pinheiro foi preso preventivamente na Lava Jato em novembro de 2014, juntamente com outros dos maiores empreiteiros do país. Chegou a cogitar delação premiada, mas foi solto no ano passado, por ordem do STF, sem concretizar a colaboração, o que agora volta a avaliar. Uma eventual colaboração também deve incluir outros executivos da OAS.

Odebrecht

Enquanto se cogita a delação premiada do dono da OAS, outro empreiteiro, Marcelo Odebrecht, alega inocência à Justiça. Ele apresentou sua defesa na noite de terça-feira afirmando que não praticou os crimes que lhe são imputados pela força-tarefa da Operação Lava-Jato. O Ministério Público Federal acusa o empresário de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro no esquema de desvios da Petrobras.

“Não há nos autos elementos probatórios mínimos que autorizem a conclusão de que Marcelo Odebrecht concorreu para a prática de crimes. Assim, a defesa espera e confia no julgamento pela improcedência das acusações”, afirma criminalista Nabo Bulhões, responsável pela defesa do empreiteiro que está preso cautelarmente desde 19 de junho de 2015 – alvo da 14ª fase da Lava-Jato, batizada de Erga Omens (vale para todos).

Vaccari calado

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto recusou-se ontem a responder perguntas do promotor de Justiça Cássio Conserino, que investiga o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o triplex 164/A do Condomínio Solaris, no Guarujá. “Vou exercer o direito ao silêncio”, repetiu várias vezes Vaccari. Preso na Operação Lava-Jato desde abril de 2015, o ex-tesoureiro já foi condenado em uma ação penal por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele está preso e aguarda sentença em outro processo criminal em que é réu por suposto repasse de propinas para o PT.


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