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Estado de Minas

Coluna do Baptista Chagas de Almeida

A "grande injustiça" ajuda. Mas o resto parece ter sido escrito por um ghost writer tucano


postado em 19/02/2016 12:00


E, finalmente, Dilma saiu em defesa de Lula


Vestida a caráter, com a camiseta e um boné branco da campanha, a presidente Dilma Rousseff (PT) fez, no Rio de Janeiro, o seu comercial no Dia Nacional de Mobilização Contra o Aedes aegypti. Aplicou larvicida em bueiros, provável hábitat do mosquito-da-dengue, que agora é também o mosquito da chikungunya e do zika, que pode ser cruel com os bebês. Ela estava acompanhada do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e do prefeito Eduardo Paes (PMDB). Militares e ministros também participaram se espalhando por mais de duas dezenas de estados com o mesmo objetivo.

Depois de ter sido alvo de panelaços ao tratar do zika vírus em pronunciamento, Dilma falou das dificuldades em fazer a vacina em curto prazo. E acrescentou: “O que temos de fazer? Temos de combater o mosquito, porque o mosquito é que é o transmissor do vírus. É o vetor. Então, temos de impedir que o mosquito procrie e nasça. Sobretudo isso”. Mas, pelo menos, falou.

Do encontro-relâmpago com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu apartamento em São Paulo, que durou poucas horas, Dilma entrou muda e saiu calada. Mas foi convencida a dar suas primeiras declarações sobre os problemas de Lula com as Operações Zelotes e Lava-Jato da Polícia Federal, o que não queria fazer.

“Converso sistematicamente com o presidente Lula. Acho que ele está sendo objeto de grande injustiça. Respeito muito a história do presidente Lula e tenho certeza de que esse será um processo que será superado, porque eu acredito que o país, a América Latina e o mundo precisam de uma liderança com as características do presidente Lula.” A “grande injustiça” ajuda. Mas o resto parece ter sido escrito por um ghost writer tucano.

O gesto solitário de defesa do ex-presidente Lula foi um carinho da presidente. Mas o evento de ontem país afora mostra que está em curso uma tentativa de descolar a imagem da criatura Dilma do criador Lula.

Discurso impagável
O senador Paulo Paim (PT-RS) avisou sexta- feira, do plenário, que vai convocar audiência pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH), que preside, para debater os recentes reajustes dos planos de saúde. Mas o melhor estava por vir. Paim estava inspirado em seu discurso: “É impagável. Ninguém consegue mais pagar valores exorbitantes cobrados pelas operadoras”. Em tempo: impagável tem dois sentidos – o que não se pode pagar e o que é inestimável, extraordinário, precioso.

A voz do leitor
Como não traz agressões gratuitas, vale registrar a o comentário do leitor George Maia: “Prezado Baptista, para além do narcisismo (apenas um jogo de palavras, nada a ver com Nárcio), o que mais o deputado Caio Nárcio faz no seu mandato? Seguirá, como filho do peixe, a piracema improdutiva do pai? Quais foram os projetos elaborados e defendidos por ambos sobre o assunto educação? Essa oposição, com o apoio da mídia, só faz isso: ser oposição. Sem ideias, só visando um dia chegar ao poder, agir como a situação e manter tudo como está”.

Fina ironia
“O governo petista é coerente com sua bandeira: vive no vermelho.” A frase está em documento divulgado pelo Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB. E continua: “Ninguém crê que o país produzirá alguma sobra de caixa neste ano – a promessa oficial é economizar
R$ 30,5 bilhões, o que não passa de uma vistosa miragem”. E, pelo jeito, não vai melhorar: “As previsões colhidas pelo Ministério da Fazenda junto a analistas de mercado indicam que, em 2016 e 2017, as contas do país continuarão no campo negativo, com rombos de R$ 68 bilhões e R$ 30 bilhões, respectivamente”.

Acordar cedo
A maioria dos ministros que participaram do Dia Nacional de Mobilização Contra o Aedes aegypti foi obrigada a acordar cedo para cumprir os seus compromissos. Mas o grande campeão do dia foi o ministro da Aviação Civil, Guilherme Ramalho, que às 6h30 já estava de prontidão no 19º Batalhão de Caçadores, em Salvador. Pode ser empolgação com a campanha, mas pode ter um motivo oculto por trás. Ele quer mostrar serviço, porque está ministro, só que interino.

Agenda pesada...

... da presidente Dilma: ontem, partida para o Rio de Janeiro (RJ), saindo da Base Aérea de Brasília às 8h para visitar a Comunidade Zepelin e marcar o Dia Nacional de Mobilização contra o Aedes aegypti (Zika Zero). Às 11h30, partida para Brasília da Base Aérea de Santa Cruz. No domingo (hoje), que ninguém é de ferro, Dilma descansa, sem compromissos oficiais. Mas começa a semana logo cedo, com reunião da coordenação política no Palácio do Planalto, às 9h30. E, às 18h, recebe os líderes da base aliada no Senado Federal. Serão tão aliados assim?

PINGAFOGO

Maldade pura que correu nas redes sociais depois do encontro reservado da presidente Dilma com seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva. A pergunta que não quer calar é: foi no apartamento de Lula, no triplex do Guarujá ou no sítio em Atibaia?.

Em boca fechada não entra mosquito. O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), diz que obras para resolver os problemas das chuvas em Belo Horizonte vão levar pelo menos 20 anos.

Outra pergunta que não quer calar: quantas mortes, quantos afogamentos vão acontecer nestas duas décadas sem as obras concluídas?. Quantas famílias ainda vão chorar seus entes queridos?

Por falar nisso, em boca fechada mosquito não entra mesmo. Nas ações contra o Aedes aegypti, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) não tocou em outro assunto. Chegou mudo e saiu calado.

Temer chegou a ser questionado sobre o processo de impeachment contra ele e a presidente Dilma Rousseff (PT). Respondeu apenas que “não era conveniente misturar as coisas neste momento”.

Na hierarquia do que pode vir em ordem cronológica: Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e seu vice Michel Temer, e muita gente mais. O fantasma da Justiça deixa o carnaval para lá e vem aí a penitência da quaresma.


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