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Estado de Minas

Azeredo afirma inocência e anuncia que vai recorrer


postado em 18/12/2015 06:00 / atualizado em 18/12/2015 07:27

"Não há nenhuma prova contra mim. (...) A coisa é absurda demais. Mas vamos recorrer e tenho certeza de que o Tribunal de Justiça vai considerar a nossa defesa" Eduardo Azeredo (PSDB), ex-governador de Minas (foto: Brizza Cavalcante/Agência Câmara - 31/5/11)

O ex-governador e ex-senador Eduardo Azeredo (PSDB) disse, nessa quinta-feira (17), que é “absolutamente inocente” e que vai recorrer da sentença da juíza da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Melissa Pinheiro Costa Lage, que o condenou a 20 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e peculato (desvio de recursos públicos). Os fatos são relativos ao mensalão mineiro, esquema ocorrido durante a campanha de 1998, quando o tucano disputou a reeleição para o governo de Minas e não se reelegeu. Ele tem o direito de recorrer em liberdade.

Em entrevista ao Estado de Minas, dizendo-se “chateado e constrangido”, Azeredo afirmou que foi com “muita surpresa” que recebeu a decisão da juíza de primeira instância, que o condenou por desvios de R$ 3,5 milhões. O ex-governador classificou a sentença como “absurda” e “baseada em papéis falsos”. Também alega que não há provas contra ele.

“Foi muita surpresa. Respeito a decisão, mas não esperava que a juíza considerasse a validade de papéis falsos. Não há nenhuma prova contra mim. Não existem depoimentos ou evidências que me atingem. A coisa é absurda demais. Mas vamos recorrer e tenho certeza de que o Tribunal de Justiça vai considerar a nossa defesa”, afirmou o tucano. “Espero justiça”, completou Azeredo, que, em fevereiro de 2014, renunciou ao mandato de deputado federal. Com isso, o processo contra ele, já aberto no Supremo Tribunal Federal (STF), voltou para a primeira instância.

Na sentença, com base na representação do Ministério Público Federal (MPF), a juíza Melissa Lage relata que Eduardo Azeredo teria se beneficiado de contratos de publicidade de fachada dos eventos esportivos Enduro da Independência, Mundial de Supercross e Iron Biker, patrocinados pelas estatais mineiras Comig, Copasa e Bemge por meio da empresa SMP&B Comunicação, usada por Marcos Valério para abastecer também o esquema petista. Os recursos, segundo a magistrada, abasteceu o caixa 2 da campanha do tucano em 1998.

“É um absurdo uma coisa dessas. Não assinei as liberações de patrocínio. No Tribunal (de Justiça) vamos mostrar essa incoerência para que sejam corrigidos os erros dessa decisão”, defende-se o ex-governador. “Lamentável que estejam sendo usados documentos falsificados nesta ação. Estou sendo responsabilizado por atos que não cometi. Quem liberava recursos para patrocínios eram diretores do Bemge e não eu”, argumentou o tucano.

Ele disse também que não teve participação em liberações de outras estatais nem tratou diretamente com a movimentação financeira para cobrir gastos da campanha eleitoral de 1998. “Todos sabem que numa campanha política, o candidato majoritário não trata diretamente de recursos financeiros. Essa questão é delegada a outras pessoas para que o candidato tenha condições de tocar a campanha”, afirmou Azeredo. “Tenho uma vida limpa construída com muito trabalho. Agora, querem jogar tudo no lixo, baseado em alegações falsas. Estou muito chateado e constrangido com isso”, lamentou o ex-governador.

Solidariedade


Ao deixar o jantar de Natal oferecido pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na noite de quarta-feira, parlamentares tucanos manifestaram solidariedade ao ex-governador de Minas Eduardo Azeredo e comentaram a condenação. “Confiamos na inocência dele, mas a lei é para todos”, afirmou o líder do partido na Casa, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). “Lamentamos a decisão, todos gostamos muito de Azeredo, mas vai ter segunda instância.” O senador Paulo Bauer (PSDB-SC) também confirmou que o ex-governador vai entrar com recurso da decisão. Ele relatou que outros colegas comentaram durante o jantar o fato de a pena ser mais que o dobro da imputada ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT), condenado pelo crime de corrupção ativa no mensalão do PT. Dirceu foi preso em novembro de 2013 e condenado a sete anos e 11 meses de prisão.


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