
Petistas e tucanos garantem que terão candidatos próprios, mas, desta vez, sem o grande arco de alianças que reuniram em 2012. Há 15 anos sem disputar a PBH com um filiado – e agora sem o Palácio Tiradentes –, o PSDB praticamente fechou questão sobre a participação no pleito e quer definir um nome até o fim do ano. Em reunião na segunda-feira com aliados do PP, PTB, PDT, SD, DEM e PPS, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, deixou claro que a capital mineira tem um peso diferenciado desta vez. “Ele não impôs nada, mas é natural que os aliados compreendam que o PSDB cedeu nas últimas três eleições e, nelas, estava em uma posição confortável. Agora, o PSDB se prepara para disputar o governo e a Presidência e, ao contrário, precisa que os aliados tenham esse gesto com o partido”, afirmou o presidente do PSDB em Minas Gerais, deputado federal Domingos Sávio.
Um dos que mais se articulam neste momento para ser o candidato do PSDB é o deputado estadual João Vítor Xavier, mas há outras opções. Entre elas, está o candidato dos sonhos dos tucanos, o senador Antonio Anastasia, que continua negando a possibilidade de concorrer. Domingos Sávio cita ainda o ex-ministro Pimenta da Veiga, derrotado na disputa ao governo no ano passado, e os deputados João Leite (estadual) e Rodrigo de Castro (federal). Outra possibilidade que chegou a ser ventilada foi a de o atual vice-prefeito Délio Malheiros (PV) ir para o PSDB para concorrer. Com o prazo para as filiações para a eleição estendido, porém, o assunto adormeceu. O presidente do PSDB, no entanto, avisou que, se ele for para o partido, não chegará com a garantia de ser o candidato. “Não seria ético nem com os nomes que pleiteiam no PSDB nem com o Délio fazer qualquer previsão”, afirmou.
Délio, que também diz ter sido convidado pelo PSB, quer concorrer a prefeito. “Não me disponho a ser vice de novo, já dei minha contribuição nesse sentido. Ou sou candidato a prefeito ou não sou a nada e vou ajudar, sempre do lado do senador Aécio Neves”, afirmou. O vice também vai conversar com o prefeito Marcio Lacerda para tentar um consenso. Lacerda tem dito que o PSB terá candidato próprio, apesar de manter a aliança com o padrinho político Aécio Neves. Seu preferido é o secretário de Governo Josué Valadão, que está para se filiar ao PSB a qualquer momento. Há ainda o vereador Daniel Nepomuceno. Segundo o presidente do PSB de BH, João Marcos Lobo, porém, a ordem é deixar a discussão para o ano que vem. Ainda do lado dos tucanos, há a pré-candidatura do ex-governador Alberto Pinto Coelho, pelo PP.
Musculatura No campo do PT, o partido tem feito pesquisas de ambiente e já decidiu adotar como tática multiplicar as candidaturas da base. Internamente, a legenda entende que sua rejeição aumentou, mas acredita ter musculatura para, em uma eleição de dois turnos, se tornar viável ao longo da campanha. Segundo uma fonte ligada às negociações, a ideia é lançar uns quatro nomes, independentemente de o PSDB concorrer sozinho ou em uma aliança com o PSB. O secretário de Ciência e Tecnologia, Miguel Corrêa Junior, é o que tem manifestado mais interesse. Outro nome forte é o do secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, que seria uma candidatura mais técnica. Aparecem ainda os nomes do deputado federal Gabriel Guimarães e do ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, que perdeu o último embate contra o prefeito Marcio Lacerda.
“Time que não joga não ganha torcida. O PT precisa reafirmar sua narrativa, e a campanha tem dois turnos. A melhor opção é fazer aliança no segundo”, afirmou o secretário nacional de Relações Institucionais do PT, Reginaldo Lopes, que integra o grupo de trabalho eleitoral do partido em Minas. A decisão sobre o nome do partido deve sair em meados de março ou abril, mas as conversas já começaram. “Toda a sinalização é por candidatura própria em BH.”
O PMDB, principal aliado e que tem a vice-governadoria, também se arma para concorrer. Segundo o presidente do partido, vice-governador Antônio Andrade, a legenda tem hoje vários nomes para escolher entre março e abril. “Temos que sentar e discutir. Primeiro, temos que descobrir quem tem o perfil que mais agrada o eleitor de BH, aí decidimos”, disse. Como pré-candidatos, Andrade cita o secretário de Meio Ambiente, Sávio Souza Cruz, o deputado federal Leonardo Quintão, o empresário Josué Gomes e os deputados federais Laudívio Carvalho e Rodrigo Pacheco.
No PCdoB, a decisão é de lançar o nome do secretário de Turismo, Mário Henrique Caixa. O nome será referendado na convenção municipal do partido, que deve ocorrer no final de outubro. “Decidimos afunilar os nomes. O PCdoB precisa reforçar sua presença”, afirmou a deputada federal Jô Moraes. Para Jô, é natural que os aliados lancem vários nomes. “A aliança que produziu o Lacerda já venceu o prazo de validade, e a polarização política entre PT e PSDB também venceu o prazo. A cidade tem uma diversidade grande, então, é preciso deixar todos os pensamentos se apresentarem no primeiro turno”, afirmou. Além de PMDB e PCdoB, o PR também tem a pré-candidatura do deputado federal Lincoln Portela.
