(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas TENSÃO EM ALTA PÕE DILMA NA DEFENSIVA

Presidente reage e diz que o país é uma democracia e que ninguém vai tirar a legitimidade das urnas

Dilma está cada vez mais pressionada, até mesmo dentro do próprio partido


postado em 08/08/2015 00:12 / atualizado em 08/08/2015 07:40

Brasília – Pressionada pelos panelaços, pela proximidade das manifestações de 16 de agosto e pelo risco de mais derrotas no Congresso e em meio boatos de que seu vice, Michel Temer, deixaria a articulação política, a presidente Dilma Rousseff saiu em defesa do seu mandato. Durante entrega de unidades habitacionais do programa Minha casa, minha vida, em Boa Vista (RR), ela reagiu contra as ameaças de afastamento do cargo. “Este país é uma democracia, e uma democracia respeita, sobretudo, a eleição direta pelo voto popular”, afirmou, ao lembrar que viveu o período da ditadura militar. Ela reforçou a intenção de continuar no governo. “A primeira característica de quem honra o voto que lhe deram é saber que é ele a fonte da minha legitimidade, e ninguém vai tirar essa legitimidade que o voto me deu”, completou a presidente.

Mas Dilma não sofre apenas com as ameaças externas. Ela também é pressionada internamente, dentro do governo, e no PT, partido ao qual é filiada mas que não morre de amores por ela. A mais recente sugestão vinda da legenda é para que a presidente nomeie o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Ministério das Relações Exteriores. A intenção dos promotores da ideia é blindar Lula e evitar que ele se torne alvo da Operação Lava-Jato. Nomeado ministro, ele ganharia foro privilegiado e ficaria livre de pedidos de prisão de juízes de primeira instância, caso de Sérgio Moro.

Até mesmo o argumento para indicar Lula para o MRE está montado. “É um ministério que não tem grandes orçamentos, o que evitaria o choro dos aliados. Mas, ao mesmo tempo, é um ministério nobre, refinado. Não dá para colocar um ex-presidente no ministério da Pesca ou do Turismo, por exemplo”, justificou um petista. A dificuldade será convencer a presidente a trazer para a sua equipe alguém com capacidade de ofuscá-la politicamente e, ainda, com o condão para atrair para o governo a crise ética vivida pelo PT, assolado pelos escândalos de corrupção na Petrobras.

No fim da manhã de ontem, cerca de 500 pessoas, incluindo o ministro da Secretaria de Comunicação, Edinho Silva, e da Defesa, Jaques Wagner, promoveram um abraço no Instituto Lula, em São Paulo, alvo de um ataque a bomba na semana passada.

Dilma também tem contra si uma demanda vinda de petistas e peemedebistas. Ambas as legendas cobram que ela exerça uma pressão mais forte sobre outras legendas da base aliada. Os dois partidos consideram inconcebível que legendas como PSD, PTB e PDT, que têm pastas de destaque na Esplanada, “se deem ao luxo de provocar rebeliões e de votar contra o governo em matérias que impactam as contas públicas”, reclamou um peemedebista.

O PMDB vai além. Durante reunião com a presidente Dilma, na manhã de quinta-feira, solicitada pelo próprio para explicar as declarações dadas na véspera, o vice-presidente Michel Temer disse que não defenderá nenhum tipo de ruptura ao afirmar que “o país vive uma crise política e econômica grave e fazer um apelo pela união nacional”. Levou à presidente a íntegra da entrevista concedida na quarta-feira. E disse: “Se a senhora não estiver satisfeita com meu trabalho, o cargo está à disposição”. A presidente não aceitou, elogiou a atuação de Temer e disse para ele continuar exatamente onde está. E ainda chamou, poucas horas depois, os ministros petistas para pedir apoio ao trabalho de Temer e ao titular da Aviação Civil, Eliseu Padilha.

Ontem, em sua conta no Twitter, o vice-presidente negou os boatos de afastamento da articulação política do governo. “São infundados os boatos de que deixei a articulação política. Continuo. Tenho responsabilidades com meu país e com a presidente Dilma”, escreveu Temer.

Reunião para conter Congresso


Enquanto a Câmara dos deputados promove uma onda de retaliações ao governo com a aprovação de matérias que oneram os cofres públicos, o governo aposta no Senado para barrar o avanço das propostas. O Planalto acredita que o perfil dos senadores mais velhos, experientes e, em muitos casos, ex-governadores e gestores públicos – os torna mais sensíveis às consequências dessas matérias. Para discutir o estremecimento na relação do Planalto com o Congresso Nacional, a presidente Dilma Rousseff decidiu convidar o vice-presidente Michel Temer, o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), e ministros do “núcleo duro” do PT para uma reunião amanhã, no Palácio da Alvorada. Na segunda-feira, a presidente não fará a tradicional reunião de coordenação política no Planalto porque irá a São Luís do Maranhão cumprir duas agendas. Às 11h30, Dilma participa de cerimônia de inauguração do terminal de grãos no Porto do Itaqui e, às 14h, entrega 2.020 unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)