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Estado de Minas

A mais de um ano da disputa, BH atrai e interior de Minas repele candidatos a prefeito

De olho no orçamento e visibilidade do cargo, 14 parlamentares se preparam para disputar a Prefeitura de Belo Horizonte. Crise econômica e política esfria a largada em outras cidades


postado em 08/06/2015 06:00 / atualizado em 08/06/2015 07:25

Enquanto a disputa para a Prefeitura de Belo Horizonte já desperta o interesse de pelo menos 14 deputados – oito estaduais e seis federais –, diferentemente de legislaturas anteriores, a perspectiva de governar as cidades do interior de Minas Gerais não está mobilizando parlamentares. Poucos são aqueles que consideram se candidatar no ano que vem. Prefeituras quebradas, campanhas majoritárias caras e com financiamento de alto risco, além do desgaste da classe política, levam parlamentares a repensar o tradicional formato da carreira. A alternância de mandatos legislativos com executivos sempre foi a fórmula usada pelos políticos brasileiros para manter a fidelidade das bases eleitorais, já que, com a caneta na mão, os prefeitos têm como promover intervenções e fazer investimentos muito maiores do que deputados no exercício do mandato legislativo.


Para concorrer à sucessão de Marcio Lacerda (PSB), deputados interessados não faltam. Não apenas pelo orçamento anual de mais de R$ 11 bilhões – que, aliás, se torna pequeno diante do tamanho das demandas por investimentos sociais e de infraestrutura acumulados ao longo de décadas –, mas, sobretudo, pela visibilidade política que o cargo proporciona. Seis ex-prefeitos de Belo Horizonte se tornaram governadores: Venceslau Brás (1898-1899), Juscelino Kubitschek (1940-1945), Hélio Garcia (1983-1984), Eduardo Azeredo (1990-1992) e Fernando Pimentel (2002-2006). Os dois primeiros chegaram à Presidência da República.

Alguns parlamentares já se colocam explicitamente na disputa pelo comando da capital mineira. “Sou pré-candidato. O fardo no Executivo é mais pesado, na campanha, todos ficam mais expostos, mas coloco o meu nome à disposição do partido”, afirma o deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT), presidente municipal da legenda, que tende a ser reconduzido em convenção no dia 21. Por enquanto solitariamente, também Fred Costa (PEN) acalenta o mesmo sonho. No PTB, o deputado federal Eros Biondini quer levar a cabo o projeto que constrói desde 2008, quando compôs como candidato a vice a chapa de Leonardo Quintão (PMDB) na disputa contra Marcio Lacerda. Derrotado naquela eleição, tentou viabilizar a sua candidatura em 2012, mas, diante da polarização do cenário entre PSB-PSDB, de um lado, e PT-PMDB, do outro, desistiu de concorrer e apoiou o socialista. No PTC e com boa penetração no Barreiro, o deputado estadual Anselmo José Domingos surge como uma possibilidade de candidatura para futura composição de chapa.

Maiores têm mais nomes na corrida

Mas é, de fato, nos três maiores partidos – PMDB, PT e PSDB – que o número de potenciais deputados-candidatos cresce. No PMDB, legenda que, no momento, diz ter candidatura própria, mas que estará em aliança com o PT, estão colocados os nomes do deputado estadual Sávio Souza Cruz,  hoje à frente da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, e dos deputados federais Leonardo Quintão e Laudívio Carvalho. De grupos internos diferentes, ambos sabem que Josué Gomes da Silva (PMDB) – filho do ex-vice-presidente da República José Alencar Gomes da Silva –, que concorreu ao Senado em 2014, poderá selar composição com o PT, que chegará pronta.

Já no PT, a disputa interna é ainda mais complexa. O deputado federal Miguel Corrêa Júnior, secretário  da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas, nunca escondeu que gostaria de ser o candidato do partido, resgatando projeto acalentado desde 2012, quando até a véspera do registro das chapas no Tribunal Regional Eleitoral (TRT) seria o candidato a vice de Marcio Lacerda. O deputado federal Gabriel Guimarães, líder do governo Fernando Pimentel junto à bancada federal mineira, também vinha se articulando nos bastidores. Já o deputado estadual Paulo Lamac sustenta ser prematura qualquer pré-candidatura. “Ainda é bastante incerto o contexto em que se darão as eleições”, afirma, em referência às indefinições nas regras do jogo, à anunciada fusão partidária do PSB com o PPS e ao que chamou de “desafios” de Minas enfrentados pelo governo Pimentel. Mas admite: o seu nome está à disposição do PT. Fora do legislativo, cogitado por seu perfil técnico, está o secretário do Planejamento de Minas, Helvécio Magalhães.

Embora a aliança “natural” com o PSB seja o cenário mais provável do PSDB para concorrer à PBH, vários nomes são considerados: os deputados estaduais João Leite e João Vítor Xavier, além do federal Rodrigo de Castro. O presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, tem mantido conversações com Lacerda.

Na disputa à PBH, uma coisa é certa. Nem tucanos nem petistas querem perder, o que leva, nos bastidores, a conjecturas de que novo acordo entre PSDB e PT – ao estilo de 2008, quando Lacerda foi o nome escolhido – possa voltar a ocorrer. Outros nomes se juntam ao rol, a começar pelo vice-prefeito Délio Malheiros (PV), que já tornou pública a sua intenção, passando pela secretária municipal de Políticas Sociais, Luzia Ferreira (PPS), pelo presidente da Câmara Municipal, Wellington Magalhães (PTN), e pelo ex-presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro (PP).

Poucos e incertos concorrentes


Em 2011, a esta altura do jogo político, 31 deputados estaduais e federais costuravam as suas candidaturas em diferentes cidades do estado. Neste ano, fora os 14 na corrida por Belo Horizonte e a quatro meses do prazo para que candidatos mudem de legendas e de domicílio eleitoral, há nove cotados, poucos deles convictos. A candidatura mais certa é a do deputado estadual Paulo Guedes (PT), secretário de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste de Minas Gerais, que quer concorrer à Prefeitura de Montes Claros.


O deputado estadual Alencar da Silveira (PDT) estuda se concorrerá em Itabirito. Já o deputado estadual Ivair Nogueira (PMDB), é considerado como possibilidade de unificação do PT e do PMDB no enfrentamento ao prefeito de Betim, Carlaile Pedrosa (PSDB), único tucano à frente de uma administração de peso na região metropolitana. A deputada estadual e ex-prefeita de Contagem Marília Campos (PT) enfrenta pressão de seu partido para que se candidate naquela cidade, mas não tem se mostrado animada.

Em Uberaba, é esperada a candidatura do deputado estadual Antônio Lerin (PSB), que polarizou a briga com o atual prefeito Paulo Piau (PMDB) nas eleições passadas. Da mesma forma, há expectativa de nova candidatura da deputada estadual Cristina Corrêa (PT), derrotada em 2012 em Santa Luzia. O deputado estadual Lafayette Andrade (PSDB) avalia se concorrerá em Juiz de Fora. “Meu nome é lembrado, mas ainda estou considerando”, diz ele. “Há uma crise econômica, as prefeituras estão endividadas, os prefeitos, mal-avaliados, a prestação de serviços públicos, judicializada e, para piorar, a classe política anda desmoralizada”, resume Lafayette Andrada.


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