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Estado de Minas

Chuvas superam a média para o mês no Cantareira

Apesar de ainda apresentar volumes críticos, sistema que abastece 6,2 milhões de pessoas em São Paulo está em elevação desde o dia 5. Acréscimo também ocorreu em outros mananciais


postado em 17/02/2015 00:12

Juliana Cipriani


Em apenas 16 dias de fevereiro, o volume acumulado das chuvas foi suficiente para superar a média histórica para o mês no Sistema Cantareira, que abastece 6,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo. Foram registrados 206,1 milímetros (mm), quando o esperado para todo o mês era de 199,1mm. A alta ocorre depois de 10 meses sem chuvas acima da média e fez o sistema subir 0,5 ponto percentual, atingindo 7,8%, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). No domingo, o volume de água do sistema representava 7,3% da sua capacidade total, já incluindo a segunda cota do volume morto.

Apesar de ainda apresentar níveis críticos, o sistema está em elevação desde o dia 5. A maior precipitação ocorreu entre domingo e segunda-feira, com um registro de 42,6mm. De acordo com a Sabesp, o Alto Tietê também apresenta um acumulado de chuvas superior à média para o mês (197,3mm, quando o esperado era 192mm), o que fez com que seu reservatório chegasse ontem a 14,6% da capacidade – até domingo era 14,1%. O índice foi inflado pelas chuvas das últimas 24 horas, que chegaram a 24,1mm.

Também houve acréscimo nos outros mananciais que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo, embora no caso deles a chuva não tenha superado a média histórica. O sistema Guarapiranga subiu 0,2 ponto percentual, passando de 55% para 55,2%, o Alto Cotia foi de 34.2% para 34,5% e o Rio Claro de 31,9% para 81,7%.Já o Rio Grande subiu de 80,2% para 80,7%. Na sexta-feira, o governo de São Paulo divulgou que não descarta rodízio de água. Também informou que vai criar um plano de contingência caso seja necessário adotar o racionamento.

Atenção Ontem, as chuvas que atingiram a capital paulista à tarde deixaram algumas regiões da cidade em estado de atenção. Às 18h46, as zonas Oeste, Sudeste e Marginal Pinheiros registravam risco de alagamentos, de acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE). Chovia forte na Lapa, em Pinheiros, no Butantã, Campo Limpo, em Santo Amaro, Cidade Ademar, no Jabaquara, na Vila Mariana e no Ipiranga. Segundo o metrô, às 19h20, por conta das chuvas, os trens da Linha 5 – Lilás, circulavam com velocidade reduzida entre as estações Capão Redondo e Adolfo Pinheiro.

Hoje e amanhã, o tempo segue instável, com muita nebulosidade e períodos com chuvas que variam de moderada a forte intensidade, ainda de acordo com o CGE. As temperaturas oscilam entre a mínima de 18 graus e a máxima de 27graus. A umidade relativa do ar continua acima dos 60%.

Racionamento Apesar de as chuvas terem aumentado, o risco de o Brasil ser obrigado a racionar energia em 2015 cresceu por causa do fraco volume registrado entre o fim de janeiro e o início de fevereiro. De acordo com projeções da consultoria PSR, para não haver restrição de energia é preciso que as chuvas aumentem consideravelmente até abril. “O primeiro mês está fraco. Por isso precisaremos de muita chuva nos meses de março e abril”, afirmou o diretor Marco Antônio Siqueira, da PSR.

Segundo o instituto, se a chuva acumulada entre fevereiro e abril ficar em 70% da média histórica para o período, o racionamento será inevitável. Dados recentes do Operador Nacional do Sistema (ONS) elétrico indicam que isso está muito próximo de ocorrer, já que a previsão é que elas fiquem em 51%.

O risco de haver um racionamento em 2015, que era de 40% no final do ano passado, segundo Siqueira, está atualmente em 58%. A energia natural afluente (ENA) na Região Sudeste/Centro-Oeste, a mais importante do país em termos de armazenagem, está em 44% em fevereiro. Segundo a consultoria, para evitar o racionamento, o nível dos reservatórios precisa chegar a mais de 40% da capacidade de armazenamento até o fim de abril. A meta permitiria ao Brasil superar o período seco e chegar até o fim do ano com uma marca equivalente a 15% da capacidade.

Siqueira afirmou que o cenário preocupante já era conhecido desde o início do ano passado, quando o período úmido registrou volume de chuvas muito abaixo da média. Naquele momento, o governo federal deveria ter incentivado medidas de eficiência energética a partir de um corte de 4% no fornecimento elétrico. Com a demora em anunciar medidas para redução de consumo, segundo Siqueira, mesmo esse percentual agora pode ser insuficiente. “A questão é que não temos mais tempo a perder. Se adiar mais um, dois, três meses, o governo aumenta o buraco”. (Com agências)


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