Ao contrário da disputa acirrada pela Mesa Diretora na Câmara dos Deputados, em Brasília, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais a eleição para definir os ocupantes das principais cadeiras na Casa foi um jogo de cartas marcadas. Em clima de brincadeiras e gozações entre os parlamentares, a votação aconteceu após os 77 deputados tomarem posse para um mandato de quatro anos, em pouco mais de 25 minutos. A única chapa inscrita na disputa, encabeçada pelo deputado Adalclever Lopes (PMDB), venceu por unanimidade, recebendo os 75 votos dos colegas e apoio do presidente – que, pelo regimento interno, não pode votar. O peemedebista tomou posse como presidente da Assembleia e defendeu uma relação harmônica entre o Legislativo e o Executivo para enfrentar dificuldades impostas pelo cenário econômico.
Todo o processo de sucessão na Mesa que comandará o Legislativo mineiro entre 2015 e 2017 foi conduzido sem grandes atritos nas últimas semanas. As candidaturas que foram apresentadas como alternativas acabaram derrubadas às vésperas do pleito. A chapa vencedora conta com aliados e oposicionistas ao governo de Minas. Além de Adalclever, eleito presidente, foram escolhidos os demais integrantes da Mesa. Entre as principais atribuições do grupo, está decidir sobre os projetos prioritários a serem debatidos no plenário, promulgar emendas à Constituição e emitir pareceres sobre matérias que tratam do regimento interno.
A sessão foi comandada por Tarquínio, deputado eleito mais velho da Casa. A única divergência durante a reunião aconteceu antes do início da votação. Alguns deputados queriam uma votação única para toda a chapa, mas a maioria preferiu votar individualmente para cada cargo. Foi a primeira vez que a eleição para a Mesa da Assembleia aconteceu com voto aberto, e o resultado foi que não houve qualquer abstenção ou voto diferente do que foi acordado nos bastidores.
Em seu discurso de posse, Adalclever destacou a importância de a Casa adotar votações abertas, como forma de garantir que a população acompanhe os eventos do Legislativo como mais transparência e citou possíveis dificuldades em um cenário de austeridade na economia. “Será importante a aproximação da sociedade, tanto para impor regras de austeridade, quanto para promover a transparência. É fundamental a participação das pessoas em todas as iniciativas”, disse o peemedebista. Ele marcou para hoje, às 14h, a primeira reunião dos líderes da Casa. Um dos principais temas a serem discutidos será a votação da reforma administrativa apresentada pelo governador Fernando Pimentel (PT), que cria novas pastas da administração estadual. Na Assembleia, as negociações para a formação dos blocos parlamentares continuam até terça-feira, quando cada bloco deve ser registrado.
Mais velho
A oposição garante que vai conseguir formar um bloco com 32 dos 77 deputados. A informação é do deputado estadual João Vitor Xavier (PSDB). Segundo ele, farão parte do grupo o PSDB, DEM, PP, PTB, PSB, PSD e talvez o PPS. Os quatro deputados do PSD, segundo ele, estão divididos meio a meio, mas como o deputado mais velho da legenda, Duarte Bechir, já declarou sua intenção de não apoiar o governo Pimentel, caberá a ele a decisão sobre o destino da legenda. Questionado se não estava sendo otimista, já que os governistas apregoam uma base em torno de 55 parlamentares, João Vitor disse que já está garantido o apoio de 28 deputados.