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Estado de Minas

Brasileiros aumentam fiscalização da atuação dos deputados

Eleitores usam cada vez mais os meios de comunicação da Câmara para acompanhar e fiscalizar discussão de projetos. Direitos dos homossexuais foram um dos temas que despertaram interesse


postado em 15/12/2014 06:00 / atualizado em 15/12/2014 07:25

Votação do projeto que alterou a meta fiscal de 2014: mais de 5490 pessoas ligaram para o Fale Conosco manifestando posição contrária à proposta(foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Depútados)
Votação do projeto que alterou a meta fiscal de 2014: mais de 5490 pessoas ligaram para o Fale Conosco manifestando posição contrária à proposta (foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Depútados)

O interesse dos eleitores brasileiros em acompanhar a atuação dos deputados federais e os projetos em tramitação na Câmara é hoje quase 10 vezes maior do que era no ano passado. Pelo menos é o que apontam os números da Coordenação de Participação Popular da Casa (CPP), responsável por estimular e medir as interações entre a sociedade e os políticos. Os contatos via telefone ou internet passaram de 800 mil em 2013 para 7 milhões este ano. A um mês para terminar 2014, já que os dados foram fechados até o fim de novembro, o acréscimo na procura já é de 775%. Os temas que mais mobilizaram o interesse popular foram os direitos dos homossexuais, em discussão no Estatuto da Família, e a possibilidade de revogação do Estatuto do Desarmamento.


Em novembro, o tema que inflou participação foi o projeto do Executivo que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para revisar a meta fiscal de 2014. Foram 5.490 ligações no Fale Conosco de pessoas manifestando posição contrária à proposta. Em segundo lugar no ranking, veio o Estatuto do Desarmamento. Todas as 3.523 pessoas que ligaram querem a revogação da norma.

Mas o que fez bombar a interação este ano foi mesmo o projeto que traz o estatuto da família. A enquete no site da Câmara, perguntando se o internauta concorda com o conceito trazido na proposta – de que família é um núcleo formado pela união de um homem e uma mulher –, atraiu de fevereiro até sexta-feira passada 4,4 milhões de votos. A polêmica com que é entendida a questão pode ser medida pela divisão dos que opinaram. Até então, 49,85% concordam com a definição de família restrita a casais heterossexuais e 49,84% discordam. O restante não opinou sobre o tema.

O projeto pode representar retrocesso para os direitos conquistados pelos homoafetivos em diversas decisões judiciais, prejudicando até mesmo a possibilidade de adoção de crianças pelos casais gays. Mesmo sendo de fevereiro, a matéria que introduz a enquete ainda é a mais acessada no portal. Somente em novembro, o assunto gerou 10.865 comentários. A segunda enquete mais procurada, com pouco mais de um milhão de votos, é sobre a proposta que acaba com o auxílio-reclusão e cria um benefício para as vítimas dos crimes. Nesse caso, 95,05% dos internautas são favoráveis à proposta e 4,43% são contra. Nas redes sociais, a discussão sobre o fim do desarmamento foi a mais atraente, levando ao recorde de participações em um videochat sobre o tema no mês passado.

CONSCIÊNCIA CRÍTICA

Para a diretora da CPP, Simone Ravazzolli, desde as manifestações de junho de 2013, o cidadão tem mostrado mais consciência crítica e vontade de acompanhar a ação dos políticos. “Eles estão querendo participar mais, acompanhar o trabalho do Legislativo. As pessoas ligam para se manifestar a favor ou contra projetos, usam os vários canais de comunicação, elas estão acordando para essa participação”, afirma. De acordo com Simone, o maior volume de interações é via internet, por comentários feitos no site da Câmara ou participação de enquetes, mas também cresceu muito o interesse pelas redes sociais da Casa. O Twitter da Câmara tem 304 mil seguidores e o Facebook, mais 17,9 mil. “A gente recebe, inclusive, mensagens cobrando se a informação que eles deram foi passada aos parlamentares.”

Segundo Simone Ravazzolli, outro indício de que o cidadão está acompanhando mais é a visualização da TV Câmara. “Nos debates mais polêmicos, como o da LDO e o dos conselhos de participação social, há sempre um pico de audiência. Isso nos mostra claramente que as pessoas estão sintonizando para acompanhar o trabalho de plenário. E isso aparece no que elas escrevem nas redes sociais”, afirma. Para intensificar ainda mais a participação, a CPP pretende nas próximas semanas criar uma página para concentrar todos os canais de interação.

Como participar


Acesse o site da Câmara (www.camara.leg.br) e vá no link “participe”. Nele, estão disponíveis serviços para falar com a Casa ou com os deputados, bate-papo, enquetes, contato com a ouvidoria e até mesmo um espaço para instruir o eleitor sobre como apresentar projetos de lei de iniciativa popular. Nas matérias sobre os projetos em tramitação, também há espaço para os comentários.

Nas redes sociais, a Câmara dos Deputados tem perfis no Twitter e no Facebook, nos quais também é possível acompanhar as discussões.

Pelo telefone, é só ligar no Disque Câmara: 0800 619-619

 


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