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Estado de Minas COLUNA

Em dia com a política: O ovo ou a galinha, esta é a questão

Procura-se responder se políticos se elegem porque têm mais financiamento ou se são financiados porque vão se eleger


postado em 14/12/2014 12:10 / atualizado em 14/12/2014 12:17

O fantasma da “lista” de parlamentares envolvidos no escândalo da Petrobras, ainda por vir, é a pá de cal sobre qualquer expectativa de que a nova legislatura, que se empossa na Câmara dos Deputados em 1º de fevereiro, será capaz de enfrentar já no início do mandato o debate em torno do financiamento das campanhas políticas. Reduntante dizer o que o senso comum já reconhece: daí nascem muitas das práticas não republicanas que já produzem as “avós” de todos os escândalos. Entretanto, os bancos de dados disponibilizados pela Justiça Eleitoral permitem agora a demonstração estatística de que a decisão de investir em candidatos é, para o empresariado, um negócio com expectativa de retorno.


Alguns cientistas sociais como Bruno Wilhelm Speck e Emerson Urizzi Cervi, que se especializaram na temática do financiamento, se “divertem” com o antigo dilema dos biscoitos Tostines: vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais? Procura-se responder se políticos se elegem porque têm mais financiamento ou se são financiados porque vão se eleger. Para as quase 5 mil campanhas de candidatos a deputados federais em todo o país, que levantaram em seus caixas oficiais a bagatela de R$ 1,161 bilhão, Emerson Cervi demonstrou, em reportagem publicada no Estado de Minas, que os deputados federais eleitos – independentemente de seu partido político – arrecadaram em contribuições diretas das empresas ou indiretas – de pessoas jurídicas doadas aos partidos e, destes, aos candidatos – em média 17 vezes mais do que os candidatos derrotados.

Essa desigualdade, também apontada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em julgamento ainda inconcluso da ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra o financiamento de pessoas jurídicas, aponta para um viés empresarial da representação. E também uma representação predominantemente de pessoas ricas, já que a mesma reportagem mostrou que o autofinanciamento representou quase 11% do bolo das contribuições. Nesse contexto, reforma política, quem fará?

Ação abortada

O PSDB preparou duas ações para apresentar ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) contra a campanha de Fernando Pimentel (PT) ao governo do estado. Vai apresentar somente uma. A segunda, que envolvia aspectos pessoais da vida do governador eleito, foi cancelada a pedido do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Metrô 1

A missão de tirar do papel a obra de ampliação do metrô de Belo Horizonte, um dos motes de disputa entre petistas e tucanos durante a campanha eleitoral, passará a partir de amanhã a ser responsabilidade de José Dória, novo superintendente da Companhia Brasileira Trens Urbanos (CBTU) em Minas, que foi convidado para o cargo pelo mineiro de Ubá e ministro das Cidades, Gilberto Occhi. Dória já trabalhou na CBTU entre 2008 e 2012 e retorna ao órgão com a tarefa de acelerar o processo do metrô da capital.

Metrô 2

A “batata quente” das responsabilidades do metrô foi um dos temas que motivaram troca de acusações durante a campanha do governo de Minas. Enquanto os petistas cobraram a apresentação do projeto executivo do governo do estado, os tucanos afirmaram que faltou boa vontade do Palácio do Planalto na liberação de recursos. A orientação do governador eleito, Fernando Pimentel (PT), que assumirá dia 1º, é para que “as coisas aconteçam”. Dória assinala: “Não dá mais para ficar adiando essa obra. Mas não entrarei na seara dos partidos, da briga política. A ampliação é uma necessidade da população e quem está nesse cargo tem que trabalhar para isso. Se vamos conseguir ou não é outra coisa”, disse o novo superintendente.

Fidelidade e celulite

Do presidente do PSDB de Minas, deputado Marcus Pestana, sobre as defecções na base de deputados estaduais e federais que deu sustentação aos governos do PSDB e agora do PP, em Minas: “A derrota faz o teste de consistência nos atores políticos. Como me disse certa vez um velho comunista, sobre a dissidência puxada por Tasso Genro (governador gaúcho pelo PT) e José Genoino (ex-presidente do PT) dentro do PCdoB, é como perder celulite: o corpo fica mais esbelto”. Entre os mais de 60 “fiéis” apoiadores, deverão passar à oposição, a partir de fevereiro, não mais do que 27 deputados estaduais do PSDB, PP, DEM, PPS, PTN, PTB e PSB. Isso num primeiro momento, é claro.

Na Cemig

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, é esperado pelo empresariado mineiro nesta semana em alguns encontros pré-agendados. A expectativa é de que Borges assuma a Presidência da Cemig. Há mais de um mês, ele e outros ministros encaminharam carta de demissão à Presidente Dilma Rousseff (PT), dentro de um movimento natural em fim de governo reeleito, para deixar o governante à vontade na definição da nova equipe. A Cemig está sob o comando de Djalma Morais desde 1999. Ele passou por quatro governos: Itamar Franco (PMDB), Aécio Neves (PSDB), Antonio Anastasia (PSDB) e Alberto Pinto Coelho (PP).

PINGAFOGO

Já de olho em 2016, o deputado federal Luiz Fernando Faria (PP) quer uma reunião no partido para definir nomes que vão concorrer às prefeituras municipais das principais cidades mineiras. E já apresenta a conta aos tucanos: “Esperamos contar com a retribuição do PSDB pela participação do PP nas campanhas. Para Belo Horizonte, Dinis Pinheiro é o nosso nome”, afirma, em referência ao presidente da Assembleia, que foi vice na chapa de Pimenta da Veiga (PSDB).

Denilson Teixeira, suplente do PV que reivindica a cadeira aberta pela renúncia do deputado federal Antônio Roberto (PV) em junho, recebeu ontem um telefonema do secretário-geral da Mesa Diretora da Câmara, Mozart Vianna. Foi informado que o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), está no exterior. Denilson requereu ao STF a prisão preventiva de Alves por descumprimento da decisão judicial liminar de junho, entendendo ser dele a vaga, e não do Subtenente Gonzaga, que deixou o PV e se filiou ao PDT em setembro passado.

Do deputado estadual Gustavo Corrêa (DEM), sobre as conversações do PV, do PSD e do PR para integrar a base de apoio de Fernando Pimentel (PT) na Assembleia Legislativa: “Vida pública tem de ter situação e oposição. Quem quer virar de lado, que pelo menos vire devagar”.

O secretário do PCdoB, Zito Vieira, publicou em seu perfil no Facebook crítica à presidente Dilma Rousseff (PT) pela demora na confirmação da permanência de Aldo Rebelo no comando do Ministério dos Esportes:
“A maior e principal agenda positiva do governo teve Aldo à frente. A ‘janela do ônibus’ já é do Aldo. Merece receber uma ligação já da Casa Civil”.

 


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