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Estado de Minas

PMDB tenta se "descolar" de acusado de ser operador do partido em escândalo


postado em 18/11/2014 06:00 / atualizado em 18/11/2014 10:44

“Ele não tem relação nenhuma com o PMDB. Ele pode ter, eventualmente, relação com um ou outro membro do PMDB. Institucionalmente, jamais houve qualquer operador do partido”, disse o vice-presidente da República, Michel Temer, ontem. A resposta do peemedebista sobre Fernando Antônio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano e apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras, foi adotada como oficial por correligionários. Nos bastidores, no entanto, integrantes do partido admitem que Baiano circula entre filiados, em especial, entre os cariocas.

Morador do Rio de Janeiro, Baiano está foragido desde sexta-feira, quando a Polícia Federal bateu à porta de dois imóveis dele na Barra da Tijuca, na tentativa de prendê-lo na sétima fase da Operação Lava a Jato. Desde que a investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal se tornou pública, em março, o lobista passou a temer a prisão. A peemedebistas, chegou a falar sobre a possibilidade de acordo de delação premiada. O advogado Mário de Oliveira Filho diz que recomendou ao cliente que não se entregasse à polícia, pois considera a prisão ilegal. A Polícia Federal avisou à Interpol sobre o foragido e distribuiu fotos dele nos aeroportos do país.

De acordo com a defesa, Baiano se exercitava na Barra da Tijuca na manhã de sexta-feira. Ele era dono da Academia da Praia, no bairro carioca, que foi vendida para o empresário Alexandre Accioly e se tornou a Bodytech. Moreno, de estatura mediana, Baiano tinha bom trânsito na Petrobras, especialmente com os ex-diretores Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, de acordo com os delatores da Lava a Jato. “O Fernando Soares operava com Paulo Roberto Costa”, disse o doleiro Alberto Youssef à PF. Já Costa disse que Baiano atuava na Diretoria Internacional, sob comando de Cerveró.

Contatos

Frequentador de restaurantes caros no Rio de Janeiro, Baiano é apontado no Congresso como conhecido do líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). O deputado, que pleiteia a Presidência da Casa, nega qualquer vínculo. Na Petrobras, ele era procurado por empreiteiras que tinham a intenção de fechar contratos com a empresa. De acordo com as investigações, negociava com políticos e os ex-diretores citados e recebia pagamento por operações bem-sucedidas.

O empresário é sócio de pelo menos três empresas. A PF investiga se Baiano as usava para o esquema de corrupção na Petrobras. “Júlio Camargo (empresário da Toyo Setal) ainda relata, em detalhes, episódio de pagamento de propinas por intermédio de Fernando Soares à Diretoria Internacional da Petrobras na aquisição de sondas de perfuração, inclusive revelando a forma de pagamento e a utilização, por Fernando Soares, para recebimento de saldo de US$ 8 milhões em propina das contas das empresas Techinis Engenharia e Consultoria S/C Ltda. e Hawk Eyes Administração de Bens Ltda.”, registra despacho da Justiça Federal, citando duas das empresas de Baiano.


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