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Estado de Minas

Maratona de depoimentos na Polícia Federal só termina na terça-feira

Vinte e três presos, a maioria deles executivos de grandes empreiteiras, estão sendo ouvidos desde sábado sobre esquema de propinas na estatal. Dois envolvidos continuam foragidos


postado em 17/11/2014 06:00 / atualizado em 17/11/2014 07:14

Proposta do STJ quer ampliar em 122% as vagas para desembargadores no TRF da 1ª Região, em Brasília(foto: Bruno Peres/CB/D.A Press %u2013 13/9/11)
Proposta do STJ quer ampliar em 122% as vagas para desembargadores no TRF da 1ª Região, em Brasília (foto: Bruno Peres/CB/D.A Press %u2013 13/9/11)

A Polícia Federal e o Ministério Público concluem amanhã os depoimentos dos 23 presos – a maioria deles empreiteiros executivos de grandes construtoras, além do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque –, durante a sétima etapa da Operação Lava a Jato, desencadeada na sexta-feira. A maratona de depoimentos se estendeu por todo o fim de semana e tem agendamento para hoje e amanhã, quando vence a prisão temporária de 17 dos 25 investigados por envolvimento no escândalo de desvio de recursos da Petrobras nesta fase da operação. Seis estão sob prisão preventiva e dois permanecem foragidos.


Ontem, pela manhã, todos os presos nesta fase da Lava a Jato, reunidos na Superintendência da Política Federal em Curitiba (PR), foram levados ao Instituto Médico Legal (IML) do Paraná para exame de corpo de delito. A medida faz parte da rotina policial e é adotada toda vez que detidos ingressam em algum tipo de prisão, para registrar suas condições físicas.

Seguindo os agendamentos, ontem foi a vez do ex-diretor-presidente da Construtora Queiroz Galvão. Idelfonso Colares Filho, prestar depoimento, cujo teor foi mantido em sigilo. Um dos últimos a ser ouvido, amanhã, é o vice-presidente da Construtora Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, que está com a prisão preventiva decretada. De acordo com o advogado Marcelo Leonardo, caso Sérgio não seja liberado após o depoimento, ele vai entrar com um pedido de habeas corpus junto ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, que é competente para julgar o pedido. Outros dois diretores da Mendes Junior foram apenas ouvidos sob condução coercitiva, na sexta-feira, em Belo Horizonte.

Negados  O TRF4, em Porto Alegre, negou, até agora, todos os pedidos habeas corpus que recebeu referentes aos executivos de empreiteiras que são alvo da Lava a Jato. A desembargadora Maria de Fátima Freitas Labarrère já analisou e rejeitou seis pedidos de liminar apresentados em nome de 11 acusados. No entanto, eles ainda podem recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), como fez a defesa de executivos da Construtora OAS, ainda ontem.

Tiveram o benefício negado: José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS; Mateus Coutinho de Sá Oliveira, funcionário da OAS; Alexandre Portela Barbosa, advogado da OAS; Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor técnico da Engevix; Newton Prado Júnior, diretor técnico da Engevix; e Gerson de Mello Almada vice-presidente da Engevix. Além de Eduardo Hermelino Leite, diretor vice-presidente da Camargo Correa; Dalton dos Santos Avancini, presidente da Camargo Correa; João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Correa; Agenor Medeiros, diretor presidente da área de internacional da OAS; José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da OAS.

Colchões Na Superintendência da PF, em Curitiba, todos os presos compartilham apenas duas celas do prédio sede da corporação. Sem camas suficientes, alguns deles tiveram que dormir em colchões no chão e comeram a comida fornecida pelos agentes federais. Segundo advogados, que logo após a prisão denunciaram a dificuldade de acesso aos clientes, apesar do espaço pequeno para as mais de duas dezenas de presos, não houve reclamação sobre as condições da carceragem. Uma imagem que se tornou rotina nas imediações da sede da PF é a de advogados com enormes sacolas com roupas e material de higiene para seus clientes.

Foragidos Determinados a fazer a prisão dos dois foragidos, os policiais federais saíram novamente às ruas para diligências em busca do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, e Adarico Negromente, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte. Para tentar evitar uma fuga para o exterior, os nomes de Fernando Baiano e Adarico foram incluídos na lista de alerta vermelho da Interpol, a polícia responsável pela captura de foragidos no exterior.

Apontado como operador do PMDB no desvio de dinheiro da Petrobras, Fernando Baiano, não deve se entregar à Justiça. O advogado dele, Mário Oliveira Filho, afirmou que a prisão de seu cliente é ilegal. Ele argumenta que havia uma audiência marcadaterça-feira, na sede da Polícia Federal de Curitiba, e que seu cliente compareceria para depor espontaneamente.

“Fomos surpreendidos com a notícia de decreto da prisão dele. É absolutamente ilegal. Ele procurou a Polícia Federal por duas vezes e se colocou à disposição para ser ouvido depois que seu nome surgiu no noticiário da imprensa como operador do PMDB. Ele não chegou a ser intimado nenhuma vez, ligaram no meu escritório e marcamos uma audiência para terça”, afirmou o advogado. Oliveira Filho disse ter orientado Soares a não se entregar até que o habeas corpus contra a prisão temporária dele seja julgado. O advogado não quis dizer se Soares está no Brasil ou no exterior. (com agências)


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