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Estado de Minas

Cardozo acusa oposição de criar terceiro turno eleitoral com a Lava Jato

Em entrevista coletiva, o ministro da Justiça negou que a operação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal tenha criado uma crise no governo.


postado em 15/11/2014 14:43

(foto: Elza Fiúza/Agência Brasil)
(foto: Elza Fiúza/Agência Brasil)

O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo acusou, na manhã deste sábado, a oposição de tentar transformar a sétima fase da Operação Lava-Jato em um terceiro turno eleitoral. Em entrevista coletiva, em São Paulo, o auxiliar da presidente Dilma Rousseff disse que a Polícia Federal terá autonomia para continuar as investigações e não seguirá “colorações partidárias”. Entre os presos ontem, está o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, indicado para o cargo pelo PT. Cardozo negou que as apurações da Lava-Jato tenham criado uma crise no governo. Segundo ele, a Dilma, que participa da reunião do G-20 na Austrália, soube da operação ontem e a apoiou. Ainda segundo Cardozo, as investigações da Lava-Jato “vão continuar doa a quem doer”, sendo o político do governo ou da oposição.

De acordo com as investigações, Duque era o interlocutor na Petrobras entre o PT e empreiteiras em um esquema de pagamento de propina em troca de contratos milionários. Políticos do partido e de outras legendas da base aliada (PMDB e PP) foram citados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso em fase anterior da Lava-Jato, como beneficiários do esquema. As investigações sobre políticos envolvidos aguardam autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki para serem iniciadas.

"Eu repilo veementemente a tentativa (da oposição) de se politizar essa investigação (da Operação Lava-Jato). (Tentativa) de tentar carimbar forças políticas 'a, b ou c' para que se possa ter um prolongamento do palanque eleitoral", disse Cardozo. O ministro se referiu a entrevistas dadas ontem pelo senador Aécio Neves (PSDB) e o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Derrotado na eleição presidencial de 2014, Aécio disse que “tem muita gente sem dormir em Brasília”. Já FHC afirmou “ter vergonha do que acontece no Brasil”.

“Acho que quaisquer dos nomes citados têm de ser investigador. Se tem ou não proximidade com o PT, se foi ‘a’, ‘b’ ou ‘c’ o indicado, se a pessoa pertence a um partido e recebeu recursos para parar uma CPI. Isso tudo tem que ser investigado. Não posso tecer juízo de valor. O governo está absolutamente tranquilo. Especulações de que isso gera uma crise. Não há crise nenhuma. Nós temos a consciência tranquila de que estamos cumprindo nosso dever. O dever é apurar. O dever é punir. Não tentamos esconder em nenhum momento sujeira para baixo do tapete”, disse Cardozo.

Além de Duque, a Operação Lava-Jato levou à cadeia ontem 16 executivos das maiores empreiteiras do país, responsáveis por R$ 98,7 milhões em doações na campanha eleitoral de 2014. Também foi preso Jayme Oliveira Filho, que seria ligado ao doleiro Alberto Youssef. A Polícia Federal cumpriu ainda 49 mandados de busca e apreensão.


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