Depois de quase um mês de uma disputa disfarçada, os ex-aliados Léo Burguês (PTdoB), presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, e Wellington Magalhães (PTN), vice na Casa, oficializaram os nomes que, ao menos por enquanto, serão colocados na disputa pela presidência do Legislativo municipal. A eleição acontece em 12 de dezembro. Pelo lado de Burguês, o concorrente será o segundo vice-presidente da Câmara Orlei (PTdoB), que anunciou a candidatura na sessão de ontem. Logo em seguida, Wellington disse que também brigará pelo posto. Na onda de “revelações”, o vereador Arnaldo Godoy (PT) afirmou que o partido terá candidatura própria. “Seremos a terceira via”, disse. O nome ainda não teria sido escolhido, conforme o parlamentar. No entanto, são fortes as especulações na Casa de que o PT, que tem a maior bancada (seis vereadores), estaria pronto para se juntar ao grupo de Burguês. O partido do presidente tem cinco parlamentares. A disputa poderá contar ainda com um quarto vereador: Joel Moreira (PTC), que ontem disse não ter intenção de brigar pela presidência, para afirmar, logo em seguida, que pode rever o posicionamento.
Ataques também marcaram a sessão de ontem. O vereador Jorge Santos (PRB), que ao menos publicamente ainda não declarou apoio a nenhum candidato, contestou o discurso do concorrente apoiado pelo presidente. Segundo Orlei, pesquisa da Câmara mostra que a Casa é bem avaliada por 54% da população. O percentual, ainda conforme o vereador do PTdoB, seria superior ao da Assembleia Legislativa de Minas. “Não acho que os últimos anos foram tão maravilhosos”, disse Santos. O parlamentar bateu boca com Burguês em relação a seus pedidos de informações sobre licitações e que não teriam sido respondidos.
Já Burguês, sem citar nome, fez ataque direto a Wellington. Conforme o vereador do PTdoB, o vice-presidente não compareceu às últimas seis reuniões realizadas pelos integrantes da mesa diretora nem aos encontros de colégios de líderes. A minutos do encerramento da sessão por falta de quórum, o líder do prefeito Marcio Lacerda (PSB), vereador Preto (Dem), aliado de Magalhães, cobrou da mesa a leitura de sete mensagens enviadas pelo Poder Executivo à Câmara e que ainda não foram lidas. Em caso de projetos de lei, por exemplo, o procedimento é necessário para que os textos sejam colocados em tramitação na Casa.