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Estado de Minas

Maluf debocha de suíços

Personagem de campanha contra a corrupção no país europeu, deputado se diz envaidecido


postado em 04/09/2014 00:12 / atualizado em 04/09/2014 07:20

Sem nenhum constrangimento, o ex-prefeito de São Paulo faz carreata pelas ruas da capital paulista (foto: Marcos Alves/Agência O Globo)
Sem nenhum constrangimento, o ex-prefeito de São Paulo faz carreata pelas ruas da capital paulista (foto: Marcos Alves/Agência O Globo)

A notícia de ter se transformado em personagem de uma campanha internacional de combate à corrupção, lançada na última terça-feira (2), em Berna, na Suíça, não abalou o deputado federal Paulo Maluf (PP), candidato à reeleição, que decidiu comemorar, ontem, nos braços do povo seu aniversário de 83 anos. Mesmo depois de ter sido considerado inelegível por ser ficha-suja e protagonizar a campanha da Transparência Internacional com o nome de Mr. Propina, Maluf participou de uma carreata pelas ruas da Zona Leste de São Paulo. Para mostrar que mantém o bom humor, seu desfile aconteceu ao som de um dos maiores sucessos da ex-apresentadora e rainha dos baixinhos Xuxa: “Parabéns! Parabéns! Hoje é o seu dia, que dia mais feliz?”.

Maluf foi apresentado na campanha Desmascarar a Corrupção como um político que teria enviado cerca US$ 344 milhões, desviados durante os quadro anos que foi prefeito de São Paulo (1993 a 1996), para paraísos fiscais, que lhe garantiram o sigilo. Responsável pela campanha, a organização não governamental Transparência Internacional, afirma ainda que o deputado, bem longe de seus contribuintes, consumiu parte dos recursos em “relógios de luxo e joias, além de casas de aposto em NY”. A citação desonrosa não abalou as convicções do deputado Maluf, que rebateu com ironia: “De uma certa maneira eu fico até envaidecido de estar incomodando uma ONG na Europa. Porque eu pensava que incomodava apenas os picaretas brasileiros. Me incomodo que o Brasil tem que crescer mais. Fico feliz que o meu trabalho dá inclusive coceira em pessoas que moram na Europa”.

O deputado federal também deu de ombros para a decisão do TRE-SP de impugnar a sua candidatura. Alegou que foi com a diferença de apenas um voto e lembrou que ainda cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Decisão da Justiça a gente cumpre. Mas foi 4 a 3. Inclusive, o relator decidiu a nosso favor e disse que não houve nem dolo nem enriquecimento ilícito. Está na decisão dele. O que eu posso dizer é que, assim que o acórdão for publicado, nós vamos recorrer. Não tenho nenhuma dúvida de que nós vamos continuar candidato”, afirmou, enquanto estava cercado por cerca de 30 malufetes, como são chamadas as mulheres que carregam as bandeiras do partido. O otimismo do paulistano quatrocentão não é totalmente infundado, já que sua candidatura em 2010 também foi impugnada com base na Lei da Ficha Limpa. No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que sua aplicação só poderia ocorrer nas eleições deste ano.

‘HITLER’ Mesmo sob fogo cruzado, Maluf não perdeu a fleuma e mirou sua artilharia – depois de reafirmar seu apoio à presidente Dilma Rousseff –, contra a candidata do PSB, ex-senadora Marina Silva (PSB). O político comparou a socialista ao ditador alemão Adolf Hitler, justiticando que seus acenos políticos são semelhantes. “Sem nenhuma desrespeito à dona Marina, mas não vejo nela as condições administrativas ou políticas. Você eleger uma presidente com 20 deputados federais em 513 e que não vai conversar com o Congresso? Olha, nunca vi isso aqui nem no tempo do Médici e do Geisel (ex-presidentes). A democracia pressupõe três poderes. Você dizer que vai governar sozinho? Quem sabe Hitler poderia dizer isso, Mussolini, Stalin. Aqui, com a mídia livre que nós defendemos, não pode acontecer”, defendeu.

Maluf chegou pontualmente às 10h no ponto de encontro em Itaquera, Zona Leste, de onde partiria sua carreata. Os aliados prepararam uma surpresa para o chefe: contrataram um carro de som de uma empresa especializada em recados românticos para tocar o Parabéns, com direito a bolas e papel picado. A carreata ocorreu sem nenhum tipo de incidente por cerca de 50 ruas entre os bairros de Itaquera e Tatuapé. O político acenou a populares que retribuíam ora com elogios, ora com críticas.


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