Não faltarão críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), reforçadas por bordões como “Se trabalhar direito, o Brasil tem jeito”, “O problema é o jeito que o Brasil está sendo governado” ou “Tolerância zero com a inflação”. Aliás, ao discutir os índices inflacionários em um “papo reto”, Aécio Neves critica, na TV, a postura do governo federal de fingir que “não está acontecendo nada”. E ressalta o esgotamento do governo petista, há 12 anos no Palácio do Planalto. Em contrapartida, parte do programa se dedicará aos projetos realizados pelo senador à frente do Palácio da Liberdade.
Por uma limitação da legislação eleitoral, Aécio em nenhum momento será apresentado como candidato a presidente da República – mas a ideia será lançada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Na inserção que começou a ir ao ar ontem – e que a equipe ainda estuda a possibilidade de incluir no programa de quinta-feira –, o ex-presidente diz que a hora é de dar lugar a “uma nova geração” e que ele é presidente da legenda não só por ser jovem, mas porque ele tem “coragem para mudar as coisas”. “O país quer gente assim, capaz e com coragem para mudar as coisas. É isso que me dá esperança para o futuro do Brasil.”
O próprio Aécio vai apresentar a sua trajetória política: quatro vezes deputado federal – o que inclui a Presidência da Câmara em 2001 –, duas vezes governador de Minas Gerais e a eleição para o Senado na disputa de 2010, quando obteve 7,56 milhões de votos. “Vamos mostrar projetos exitosos dos governos do partido e fazer uma reflexão com a sociedade. Nossa escolha foi uma conversa direta, sem rebuscagens publicitárias”, adianta ao Estado de Minas o publicitário Paulo Vasconcelos, coordenador do conselho de comunicação do PSDB.
Inserções
Antes de o programa ir ao ar – em horário nobre, entre 20h30 e 20h40 em rede nacional de televisão –, o PSDB ainda contará com 10 inserções de 30 segundos, a serem veiculadas na terça-feira. Os demais 30 comerciais entraram no ar nos dias 8, 10 e ontem. A estratégia usada foi inserir neles os principais temas da propaganda partidária. Até porque as inserções é que são consideradas o “espaço nobre” para as legendas, já que são veiculadas ao longo da programação das emissoras, junto aos comerciais, e o índice de audiência é maior.
Com essa visibilidade nacional, os tucanos esperam atingir os eleitores especialmente no Sul e Nordeste, bases eleitorais de Dilma Rousseff (que é mineira, mas fez carreira política em Porto Alegre) e Eduardo Campos (PSB), principais adversários na disputa de outubro. A mídia eletrônica é a grande aposta dos tucanos neste período pré-eleitoral, a tal ponto, que o lançamento oficial da pré-candidatura de Aécio foi adiado para depois do feriado da Semana Santa, à espera do programa.
O candidato a presidente da República pelo PSDB e senador Aécio Neves será a grande estrela do programa de seu partido – marcado para ir ao ar nesta quinta-feira –, estratégia encontrada pelos marqueteiros como forma de tornar o tucano conhecido no resto do país, especialmente nos estados do Nordeste. Os 10 minutos disponibilizados pela legislação eleitoral serão usados na forma de uma conversa “olho no olho” com o telespectador em que o tucano vai avaliar a realidade econômica do país, debater as denúncias envolvendo a Petrobras e apresentar as ideias defendidas pelo PSDB nas áreas de saúde, educação e segurança.