Em seu último dia de agenda administrativa como governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) quis mostrar que está com o fôlego em dia para a pré-campanha à Presidência da República. Nessa quinta-feira, o socialista enfrentou uma maratona de compromissos com seis eventos no roteiro. Entre o primeiro - a assinatura de uma carta de intenções com a Fiat - e o último - a inauguração do Museu Cais do Sertão -, ele fez a entrega do Parque Urbano da Macaxeira, da Escola Técnica Miguel Batista e de novas alas dos hospitais Barão de Lucena, da Restauração e de Câncer.
Os discursos de Eduardo foram pensados de acordo com cada um dos compromissos. No Hospital de Câncer, onde assinou um documento colocando fim à intervenção do estado na unidade de saúde, as palavras foram dirigidas aos pacientes e profissionais do local. “Sempre me coloquei na condição de um usuário do SUS”, afirmou. No Parque da Macaxeira, para um público mais eclético, lembrou a trajetória do seu avô e ex-governador Miguel Arraes.
Acompanhado dos familiares em quase todos os compromissos, Eduardo Campos evitou assuntos espinhosos. No início da noite, quando questionado sobre a reclamação do senador Humberto Costa (PT) de que ele está sendo injusto por não citar que parte das obras inauguradas tem recursos do governo federal, ele foi seco: “Não vou responder”. Depois, no Museu Cais do Sertão, deu destaque a um ex-aliado. “Essa obra nasceu de uma conversa minha com o ex-presidente Lula (PT). Quero aqui dedicar essa inauguração ao presidente Lula. Aqui prestamos uma homenagem a um grande brasileiro”, falou.
Os compromissos de Eduardo Campos foram acompanhados por políticos das mais diversas áreas. Todos queriam a oportunidade de sair bem na foto ao lado do ex-governador. O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), secretários de estado, vereadores e deputados estaduais e federais, inclusive de legislaturas passadas, como Severino Cavalcanti (PP), fizeram questão de fazer parte do adeus de Eduardo após sete anos e três meses à frente de Pernambuco.