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Estado de Minas

Doações de empresas a partidos políticos podem ficar mais transparentes

O site Política Aberta (www.politicaaberta.org), lançado no início do ano, permite cruzar as informações, mostrando os valores que cada pessoa jurídica doou, indicando para onde foi o recurso


postado em 10/02/2014 00:12 / atualizado em 10/02/2014 07:57

Juliana Cipriani

No centro de uma polêmica que está para ser decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a possibilidade de doação de empresas a partidos políticos e candidatos agora pode ser medida e comparada aos ganhos que as mesmas financiadoras tiveram em contratos governamentais no ano da eleição. O site Política Aberta (www.politicaaberta.org), lançado no início do ano, permite cruzar as informações, mostrando os valores que cada pessoa jurídica doou, indicando para onde foi o recurso. Em outra tabela, foram levantados os pagamentos feitos pelo governo federal. A princípio estão disponíveis as informações sobre 2012, último ano em que prefeitos e vereadores correram atrás do voto do eleitor.

Na campanha de 2012, foram 55.744 empresas responsáveis por repassar R$ 1.867.590.018,37 a candidatos e, na maior parte do montante, aos partidos políticos. O site disponibiliza um ranking das maiores doadoras, com o valor destinado. Em primeiro lugar naquele ano aparece a Construtora Andrade Gutierrez, que fez a maior parte de suas doações para o PT, seguindo em valores menores para legendas como PSDB, DEM e PMDB. Ela não está no topo dos pagamentos recebidos do governo, mas teve o valor dos pagamentos feitos por ministérios (R$ 99.288.136,19) superior à doação: R$ 81.165.800,00.

A primeira colocada em contratos com o governo no ranking é a construtora Norbeto Odebrecht. De acordo com o site, a empreiteira recebeu, em 2012, 73 pagamentos do governo federal que somaram R$ 1.135.742.556,26. No mesmo ano, ela foi responsável por R$ 19,4 milhões em doações, sendo as maiores somas para o partido da presidente Dilma Rousseff (PT).

A discussão sobre o lobby de empresas que viu nos Estados Unidos estimulou o advogado e doutorando em administração pública Gustavo Oliveira a desenvolver o mecanismo como parte de um projeto junto ao Edmond J. Safra Center for Ethics da Universidade de Harvard. Segundo ele, o objetivo do site Política Aberta não é traçar um diagnóstico técnico, mas chamar a atenção para que as pessoas pensem o que leva as empresas a doarem dinheiro para campanhas políticas. “Por que uma empresa, que visa apenas ao seu lucro, vai doar dinheiro para uma campanha? O que ela quer ganhar com isso? A partir do momento em que começamos a refletir sobre isso, percebemos que temos de repensar o desenho de algumas das nossas instituições”, disse.


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