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Estado de Minas

Pizzolato tem aposentadoria de R$ 20 mil e imóveis de R$ 6 mi em nome da mulher

Ex-diretor do Banco do BRasil apresenta condições de viver tranquilamente na Europa, para onde fugiu


postado em 02/02/2014 00:12 / atualizado em 02/02/2014 07:47

Em 2013, quando o ex-diretor do Banco do Brasil (BB) Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão, fugiu do Brasil, só restavam em nome dele três dos 11 imóveis que constavam de sua declaração de bens entregue à Receita Federal em 2005. Entretanto, com uma aposentadoria de R$ 20 mil por mês e imóveis em nome da mulher, Andreas Haas, que valem cerca de R$ 6 milhões atualmente – podendo render aluguéis mensais, ou serem vendidos quando ela quiser –, Pizzolato tem condições de viver tranquilamente na Europa, para onde fugiu.

Há informações de que o executivo vendeu outros imóveis, e o dinheiro abasteceu uma conta no exterior, mas o Estado de Minas não conseguiu localizá-los. Esses não constam da declaração de Imposto de Renda de 2005. Conforme informações obtidas pelo EM, Pizzolato não está, no entanto, movimentando contas em seu nome, o que não impede que sua mulher cubra os gastos do casal, já que não há qualquer impedimento contra ela.

Depois da movimentação para garantir sua fuga, Pizzolato ficou com três imóveis da relação entregue à Receita em 2005: uma casa em Concórdia, onde mora o pai e alguns parentes; outra em Toledo, no interior do Paraná; e o apartamento mais valioso da relação feita à época, uma cobertura na Rua Domingos Ferreira, em Copacabana, a uma quadra da praia. Há suspeitas de que os dois primeiros não mais lhe pertençam, mas as eventuais escrituras de compra e venda não foram registradas nos respectivos cartórios de registro de imóveis.

Não vender a cobertura de Copacabana foi uma decisão estratégica. Ao mantê-lo em seu nome, o executivo desviou possíveis suspeitas de sua intenção de fugir, pois essa era sua residência conhecida desde a eclosão do escândalo do mensalão. Conforme informações obtidas pelo Estado de Minas, ele fez um contrato de comodato, que é um empréstimo gratuito de coisa fungível (caso do imóvel), com um casal de amigos antigos, com registro de divisão do imóvel. Pizzolato teria só metade do apartamento.

Quando os primeiros recursos de Pizzolato foram rejeitados, em 4 de setembro, ele deflagrou o plano de fuga. No fim daquele mês, quando seus advogados propunham os segundos embargos de declaração – e a 45 dias da ordem de prisão – , ele já estava na Itália.

Autorização Pizzolato deixou a cobertura de Copacabana na madrugada de 23 de setembro, com apenas uma mochila nas costas. Entrou no carro dirigido por um amigo e seguiu em direção ao Paraguai. Os dois percorreram 1,6 mil quilômetro em 21 horas seguidas até o Rio Grande Sul. Ele caminhou a pé os últimos cinco quilômetros até cruzar a fronteira, onde o esperava outro amigo, de carro. Lá, tirou da manga seu curinga, a identidade italiana, que lhe permitiu obter autorização especial de viagem na Embaixada Italiana no Paraguai. Não havia restrição ao seu nome naquele momento.

Como todo voo do Paraguai para a Europa passa pelo Brasil, ele seguiu de carro para a Argentina. Em Buenos Aires, embarcou em um voo para a França e, de lá, seguiu de trem para a Itália.

Patrimônio pulverizado

Dos 11 imóveis que Henrique Pizzolato tinha às vésperas do mensalão, em 2005, só três permanecem em nome do mensaleiro foragido

Transferência/venda

São Leopoldo (RS)

Apartamento de 86 m² na Rua Thomas Flores, adquirido em novembro de 1981
Situação: vendido em 31/08/2006 por R$ 53 mil (valor de avaliação em 07/2005: R$ 55 mil)

Quitinete de 28m² na Rua Independência, adquirida em novembro de 1981
Situação: vendida em 19/01/2009 por R$ 53 mil (comprada em conjunto com Vitalino Venanci, estava avaliada em R$ 30 mil em julho de 2005)

Apartamento de 52m² na Rua Marques do Herval, adquirido em junho de 1982
Situação: vendido em 19/01/2009 por R$ 65 mil (comprado em conjunto com Vitalino Venanci, avaliado em R$ 55 mil em julho de 2005)

Curitiba


Apartamento de 123m² no Bairro Cabral, adquirido em 1997
Situação: vendido em 6/11/2006 por R$ 70 mil (valor de avaliação em julho de 2005: R$ 90 mil)

Apartamento de 146m² na Av. Pres. Afonso Camargo, adquirido em 1998
Situação: vendido em 4/01/2006 por R$ 70 mil (valor de avaliação em julho de 2005: R$ 110 mil – comprador revendeu o imóvel em julho de 2013 por R$ 320 mil)

Florianópolis

Apartamento de cobertura de 102m² na Lagoa da Conceição, adquirido em novembro de 2002
Situação: transferido para a mulher, Andrea Hass, em dezembro de 2006 (avaliado em R$ 1 milhão)

Casa de 310m², de três pavimentos, no condomínio de luxo Jardim Rio Tavares – terreno de 820m² adquirido em 1995 por R$ 4 mil (a casa foi construída em 2005)
Situação: transferida para a mulher, Andrea Hass, em dezembro de 2006 (avaliada hoje em R$ 2 milhões)

Rio de Janeiro

Apartamento duplex de 158 m² na Rua República do Chile, em Copacabana, adquirido em agosto de 1998
Situação: transferido para a mulher, Andrea Hass, em dezembro de 2006 (avaliado hoje em R$ 2 milhões)

Em nome de Pizzolato


Rio de Janeiro

Cobertura de 182m² na Rua Domingos Ferreira, em Copabacana, adquirido em fevereiro de 2004 (avaliada hoje em R$ 3,5 milhões)

Toledo (PR)

Casa de 170m² (terreno de 360m² adquirido em 1986), avaliada hoje em R$ 600 mil

Concórdia (SC)

Apartamento de 73m², adquirido em maio de 2003 (avaliado hoje em R$ 500 mil)

Fonte: Cartórios


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