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Estado de Minas

José Dirceu e José Genoino se entregam em meio a militantes e críticos do partido

"Fui em cana, cela fechada, sem banho de sol, torturado e estou aqui, de novo com o espírito dos anos 70", afirmou Genoino ao se entregar à PF


postado em 16/11/2013 00:12 / atualizado em 16/11/2013 16:11

Brasília – A execução das penas dos condenados no mensalão repercutiu entre aliados, oposicionistas e reuniu claques a favor e contra os presos, ontem em São Paulo. A partir do momento em que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, expediu os mandados de prisão, nomes de peso da política nacional e participantes menos conhecidos do esquema do mensalão se apresentaram durante todo o dia às superintendências regionais da Polícia Federal, entre xingamentos e palavras de apoio. Aliados e adversários políticos também correram às mídias sociais para se manifestar. Enquanto a oposição apontou o momento como emblemático, petistas voltaram a tocar na tecla da "injustiça" contra os condenados.

Os dois pesos pesados do PT José Genoino e José Dirceu compararam o momento atual com o período em que ficaram atrás das grades na ditadura. Genoino, ex-presidente do PT, foi o primeiro a ser preso. Em São Paulo, ele chegou por volta das 18h à PF, onde recebeu gritos de apoio e de repúdio. Ao se entregar, o deputado gritou "viva o PT". "Fui em cana, cela fechada, sem banho de sol, torturado e estou aqui, de novo com o espírito dos anos 70", afirmou. Genoino saiu de casa ao lado da família, que amarrou uma toalha em seus ombros, simulando uma capa de herói.


O ex-ministro José Dirceu passou o dia com a família em Vinhedo (SP). Chegou à unidade da PF em São Paulo por volta das 20h30 e teve a mesma recepção de Genoino. Acompanhado do advogado, sem falar com a imprensa, parou em frente à porta da PF, bateu no peito e ergueu o punho. Em nota, o ex-ministro atacou a decisão da Corte e disse que a pena foi aplicada erroneamente. "Ainda que preso, permanecerei lutando para provar minha inocência e anular esta sentença espúria, por meio da revisão criminal e do apelo às cortes internacionais", alertou.

Oposição comemora Na oposição, as manifestações foram de elogios à Justiça. O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) considerou emblemática a decisão do STF: "Esse julgamento condenando líderes políticos ressuscita a esperança de que é possível ver a justiça derrotando a impunidade. É um marco de um novo rumo para a Justiça brasileira". O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), reforçou o coro: "A Justiça foi feita". Presidente do DEM, o senador Agripino Maia (RN) escreveu na internet que "a decisão do STF deixa claro que a organização criminosa existiu, praticou o dolo e, por isso, foi punida exemplarmente".

O petista Rui Falcão, presidente do partido, repetiu a tese de que o julgamento foi "injusto" e "nitidamente político". "A determinação do STF para a execução imediata das penas de companheiros condenados na Ação Penal 470, antes mesmo que seus recursos (embargos infringentes) tenham sido julgados, constitui casuísmo jurídico e fere o princípio da ampla defesa", disse o presidente, em nota oficial.

"Com a mesma postura equilibrada e serena do momento do início do julgamento, o PT reitera sua convicção de que nenhum de nossos filiados comprou votos no Congresso Nacional, nem tampouco houve pagamento de mesada a parlamentares", completou. Falcão afirmou também que não houve "utilização de recursos públicos nem apropriação privada e pessoal para enriquecimento".

Os réus e as condenações

Marcos Valério, empresário
Pena total: 40 anos, 4 meses e 6 dias
Cumprirá pena por corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha.
Crimes: corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha
Multa: R$ 3,06 milhões

Simone Vasconcelos, ex-diretora financeira da SMP&B
Pena total: 12 anos, 7 meses e 20 dias
Crime: corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Multa: R$ 263,9 mil

Romeu Queiroz, ex-deputado do PTB-MG
Pena total: 6 anos e 6 meses
Crimes: corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Multa: R$ 828 mil

Jacinto Lamas, ex-assessor parlamentar do extinto PL
Pena total: 5 anos
Crime: lavagem de dinheiro
Multa: R$ 260 mil

Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil
Pena total: 12 anos e 7 meses
Crimes: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato
Multa: R$ 1,316 milhão

Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural
Pena total: 16 anos e 8 meses
Crimes: lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas e formação de quadrilha
Multa: R$ 1,5 milhão

José Roberto Salgado, ex-executivo do Banco Rural
Pena total: 16 anos e 8 meses
Crimes: lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas e formação de quadrilha
Multa: R$ 1 milhão

Ramon Hollerbach, publicitário
Pena total: 29 anos, 7 meses e 20 dias
Crimes: corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha
Multa: R$ 2,79 milhões

Cristiano Paz, publicitário
Pena total: 25 anos, 11 meses e 20 dias
Crimes: corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha
Multa: R$ 2,53 milhões


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