
O responsável pela fundação do PROS e presidente nacional da legenda, Eurípedes Gomes de Macedo Junior, foi presidente do PTN em Cidade Ocidental, no entorno do Distrito Federal, e deixou o partido por divergências com a direção estadual do partido. Segundo os dirigentes do PTN, esta pode ser a explicação para terem o seu programa partidário registrado no Tribunal Superior Eleitoral copiado pelo recém-criado PROS, conforme mostrou o Estado de Minas na edição de ontem. Mesmo com o antigo filiado tendo clonado tre chos inteiros do seu primeiro estatuto, o PTN não pretende acionar a Justiça.
Segundo o secretário nacional do PTN, Clodoaldo Andrade, Eurípedes foi vereador pelo PTN e dirigente da legenda, mas por discordância sobre uma orientação estadual sobre aliança no município deixou o partido. “Ele ficou tão nervoso que resolveu fundar o PROS”, afirmou o secretário, garantindo que a rusga passou. De acordo com Clodoaldo, que considera o PROS “um braço do PTN”, Eurípedes chegou a agradecer esta semana pela desavença, que considerou um incentivo a criar o seu próprio partido. O secretário disse que vai conversar com o presidente do PROS sobre a clonagem mas, se não houver problemas legais para o PTN, não vai reclamar o plágio na Justiça.
Mesmo pensamento tem o presidente do PTN, José Masci de Abreu, que achou graça da cópia. “O que faltou para ele foi um pouco de imaginação. Ele poderia ter colocado algo falando a mesma coisa mas com outras palavras ou fazer o programinha dele”, afirmou. Abreu considerou o ex-filiado “comodista” e afirmou que ele não quis usar o cérebro, mas, como defensor dos direitos dos pequenos partidos que, segundo ele, já sofrem pressão dos grandes, resolveu deixar por isso mesmo. “Se o TSE aprovou o partido dele não vou ser eu que vou tacar pedra”. Segundo José de Abreu, o presidente do PROS não lhe pediu para usar trechos do programa nem ligou para comunicar o feito. A vice-presidente do PTN, Renata Abreu, disse que o mínimo que Eurípedes deveria ter feito antes de criar sua legenda era travar discussões ideológicas. “Isso mostra falta de criatividade e que é um partido construído apenas para ser mais um”, criticou.
O Estado de Minas ligou várias vezes para a assessoria do PROS, que prometeu enviar nota mas não se manifestou até o fechamento desta edição. O TSE informou que os critérios para deferir a criação do PROS estão na Resolução 23.282 e foram cumpridos. A legislação diz que o partido é livre para fixar em seu programa seus objetivos políticos, mas prevê medidas para a possibilidade de plágio.