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Estado de Minas

Disputa eleitoral vira herança no Brasil, de pai para filho

Políticos lançam herdeiros na disputa, não só para manter a família no poder, mas também para renovar os partidos


postado em 30/09/2013 00:12 / atualizado em 30/09/2013 07:38

Alice Maciel

(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)

Prefeitos, deputados federais e estaduais de Minas já começaram a preparar os filhos para disputar as eleições do ano que vem. Tarefa que pode ser fácil para uma geração que cresceu vendo os pais em palanques, carreatas e viajando pelo estado atrás de votos. Sobrenome conhecido eles já têm. O desafio é extrapolar o possível quadro de eleitores herdados e manter a família no poder. A legenda que mais está investindo na renovação por meio de filhos de lideranças partidárias é o PSDB.

Depois de cinco mandatos, o tucano Nárcio Rodrigues – que se licenciou da Câmara dos Deputados para assumir a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia – não vai tentar a reeleição, deixando a responsabilidade de manter o legado para Caio Nárcio, de 26 anos, seu filho caçula. Para ficar conhecido, Caio está acompanhando o pai no interior do estado e já chegou a representá-lo em inauguração de obras na base eleitoral da família, em Gurinhatã, no Triângulo Mineiro.

“Meu pai ficava ausente por causa da política. Então, sempre que dava, eu o acompanhava”, contou Caio. Suas investidas na carreira começaram na faculdade, como militante do movimento estudantil. Ele integrou o Diretório Acadêmico do curso de ciências sociais, na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Coração Eucarístico e chegou a ser presidente do Diretório Central dos Estudantes da universidade. Desde 2011, Caio preside o PSDB Jovem de Minas Gerais.

Diretor técnico da Fundação Rural Mineira (Ruralminas), Thiago Cota (PSDB), de 28 anos, filho do prefeito de Mariana, Celso Cota (PSDB), vai disputar a primeira eleição. Ele almeja uma cadeira na Assembleia de Minas. “Nosso grupo da Região dos Inconfidentes está sem representante na Assembleia”, justificou. Segundo o advogado, seu primeiro voto foi dado em 2002, quando tinha 16 anos, ao próprio pai, que, na época, venceu a eleição para prefeito de Mariana.

Ainda no ninho tucano, deve disputar as eleições o vice-prefeito de São Sebastião do Paraíso – Região Sul –, Daniel Aloise (PSDB), filho do prefeito Remolo Aloise (PSDB). “Eu tinha 10 anos quando meu pai entrou para a política, em 1988. Sempre o acompanhei, estava com ele nos palanques. Na época tinha showmício, ele trazia artistas. Ele ficou 20 anos na Assembleia”, lembra. Além de Daniel, de Thiago e de Nárcio, devem disputar o pleito do ano que vem pelo partido Tito Torres, filho do conselheiro do Tribunal de Contas  e ex-deputado estadual, Mauri Torres, e Daniel Barbosa, cujo pai é o deputado federal Eduardo Barbosa.

Renovar os quadros do partido com filhos de lideranças partidárias é um movimento estratégico do PSDB, uma vez que, segundo o presidente da legenda em Minas, Marcus Pestana, está difícil atrair jovens que não têm relação direta com a política para disputar as eleições. Pestana afirmou que a legenda também está em busca de famosos.

Mas não é só no PSDB que herança política passa de pai para filho. Filho de pai e mãe com carreira na política, Frederico Ferramenta (PT) vai disputar a eleição para deputado estadual. Sua mãe, Cecília Ferramenta (PT), é prefeita de Ipatinga, no Vale do Aço, e já esteve por dois mandatos na Assembleia de Minas. Seu pai, Chico Ferramenta, também foi prefeito de Ipatinga, por três mandatos, e já passou pela Assembleia e Câmara dos Deputados.

No sétimo mandato na Assembleia, Antônio Genaro (PSC) disputou as últimas eleições junto com o filho Leandro Genaro, que como ele é pastor evangélico. O deputado conseguiu se reeleger, mas o filho ficou como segundo suplente do partido. No ano que vem, a dobradinha deve se repetir.


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