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Estado de Minas

Mobilização das ruas mostra a força das redes sociais

Depois dos protestos, o debate para unir tecnologia e política


postado em 07/07/2013 00:12 / atualizado em 07/07/2013 08:56

Grasielle Castro

Protestos levaram multidões às ruas em junho(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Protestos levaram multidões às ruas em junho (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Brasília – “Saímos do facebook” é um slogan comum em cartazes de manifestantes pelo Brasil e, ao mesmo tempo em que mostra a força de mobilização das redes sociais, ironiza os ativistas de mouse na mão. Para um grupo de especialistas em produtos e soluções para a web, no entanto, a internet é o melhor terreno para consolidar as pautas que são defendidas nas ruas. Uma das propostas é o Vote na Web, disponível desde 2009 e que tem ganhado adeptos. Outros aplicativos estão em elaboração. A grande quantidade de informações gerada nos protestos chamou a atenção de especialistas em redes.

Após participare de protestos físicos, empresários e pesquisadores do mundo virtual criaram o movimento Pivota Brasil e começaram a discutir ideias para unir tecnologia e política. Em Brasília, o grupo vira noites elaborando aplicativos que, entre outros, estimulam a criação de leis com iniciativa popular. O nome, Pivota, sugere que o país faça o que as startups costumam fazer quando um projeto não está dando certo. Elas reconhecem o erro, mudam de caminho e fazem uma readaptação para um modelo melhor.

Em duas reuniões, o grupo conseguiu elaborar 15 ideias para que o debate levantado pelas manifestações não se esgote. Um dos participantes, Marcos Oliveira, empresário e fundador da startup de pesquisa imobiliária Urbanizo Marcos, comenta que o mais impressionante foi conseguir reunir mais de 40 profissionais de diversas áreas, como humanas, exatas e arte, em torno de uma causa única. “Estamos todos tentando entender o que está acontecendo e querendo ajudar”, destaca.

Em um encontro no último dia 28, representantes do governo, ligados à Presidência da República e ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, estiveram presentes e perguntaram o que poderiam fazer para ajudar o grupo. Segundo Marcos, o ideal seria que o governo abrisse a caixa-preta dos dados. “Trabalhamos com informação pública. O governo tem uma linha de transparências, mas alguns ainda são muito incipientes. E eles podem ser úteis para o esclarecimento da população”, argumenta. Entre as propostas que estão em fase de finalização está o “De olho nas emendas”, onde o internauta pode acompanhar, em linguagem simples, para onde cada parlamentar enviou seus recursos, que este ano são de R$15 milhões. É possível seguir o caminho do dinheiro, ver qual empresa ganhou a licitação, se ela é idônea e se foi doadora de campanha. Como o movimento é orgânico, sem um apoiador, a ideia é que os projetos conversem entre si.

Quem trabalha com projetos inter-relacionados entre o internauta e a política conta que se surpreende. A coordenadora do Vote na web, Daniele Amaral, diz que, com o canal, ela percebe que as plataformas digitais conseguem trazer a política para o dia a dia das pessoas, principalmente, dos jovens. “A gente vê na rua o reflexo de um debate que já estava rolando na internet há muito tempo. Temos pessoas engajadas, buscando conhecimento na internet, organizando, debatendo. E agora foram para as ruas muito bem informadas, com questionamentos específicos”, destaca. Ela ressalta que os atos evidenciam que as discussões estão on-line e off-line, sem muita divisão. “Não tem mais o que é real e o que é virtual. O que acontece na internet é real. São pessoas reais, debatendo temas reais.”


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