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Estado de Minas

No comando tucano, Aécio diz que país estagnou

Eleito presidente do PSDB com 521 dos 535 votos possíveis, senador mineiro comemora união do partido e faz discurso de candidato com forte ataque contra o governo petista


postado em 19/05/2013 07:00 / atualizado em 19/05/2013 07:20

Paulo de Tarso Lyra, Diego Abreu e Leandro Kleber

Ao lado de todos os caciques tucanos, Aécio foi aclamado pelos convencionais. Ele disse que tem uma missão pela frente e que o partido vai começar uma nova história(foto: Carlos Moura/CB/D.A Press)
Ao lado de todos os caciques tucanos, Aécio foi aclamado pelos convencionais. Ele disse que tem uma missão pela frente e que o partido vai começar uma nova história (foto: Carlos Moura/CB/D.A Press)

Brasília – Unificado, retomando a bandeira das privatizações e reconstruindo a própria história, o PSDB elegeu ontem o senador Aécio Neves como presidente da legenda e lançou os pilares para a candidatura do mineiro ao Planalto em 2014. Em um discurso duro contra o governo, afirmando que a gestão de Dilma Rousseff tem como marcas “pibinho ridículo e vexatório, a inflação sem controle e as obras inacabadas e estagnadas”, Aécio disse que o PT tem medo do PSDB. “Em todos os momentos da história em que fomos chamados a participar, o PSDB esteve do seu lado certo, do lado da democracia. Eles nos temem por saber que, no confronto olho no olho, nós temos coerência”, afirmou.

Aécio foi eleito presidente do PSDB com 521 votos dos 535 possíveis entre os convencionais presentes no encontro de ontem. Ele chegou ao local do evento na mesma van que trouxe o ex-presidente Fernando Henrique, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e um dos novos vice-presidentes do PSDB, Tasso Jereissatti. “O partido está mais unido do que nunca, olha isso aqui. Vamos começar uma nova história”, declarou ele ao Estado de Minas, na entrada do Centro de Convenções.

No discurso, Aécio disse que o recomeço dessa história só terá êxito se for feito a várias mãos. “Somos o partido da estabilidade econômica, dos programas de transferências de renda, das privatizações que tão bem fizeram para o Brasil”, declarou o senador mineiro, mostrando a disposição do partido de reforçar o legado de suas administrações. Em 2006, durante a disputa presidencial contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o então candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, posou com um macacão repleto de adesivos de empresas estatais para afastar a “tese de privatista”.

Aécio afirmou ter recebido os votos para presidir o PSDB não como uma homenagem, mas como uma missão, uma tarefa. “Não assumo um partido esfacelado, assumo um partido unido como nunca.” Ele disse estar unido no desafio de enfrentar uma legenda que, segundo o novo presidente do PSDB, tem feito mal ao país. “Não vamos enfrentar apenas um partido político, mas um partido que se encastelou no Estado. O PT colocou o estado a serviço de um partido e de seu projeto de poder”, completou.

Aécio brincou com o gigantismo da Esplanada dos Ministérios, ao afirmar que a presidente deu o 39º ministério em busca de mais tempo de tevê. “O Sri Lanka tem 53 ministérios. Mas temos ainda dois anos de governo, o Sri Lanka que se cuide”, provocou. Para Aécio, o PT comemora 10 anos de governo porque “precisa esconder os dois últimos anos de fracasso do governo da presidente Dilma”.

Renda
Em rápida conversa com os jornalistas, o novo presidente do PSDB reconheceu dois méritos da administração petista: a manutenção da política macroeconômica e o aprofundamento dos programas de transferência de renda. “Precisamos fazer diferente para fazer melhor”, completou. Uma das principais estrelas do evento, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu que o PSDB modernize seu discurso para estar mais perto da população. “Precisamos de mais Estado. Mas um Estado que atenda os interesses da população, não os interesses do bolso dos companheiros de partido”, ressaltou.

Novo secretário-geral do partido, o deputado federal Mendes Thame (PSDB-SP) afirmou que ainda é cedo para definir o candidato da legenda para a disputa presidencial do ano que vem. Ele, porém, admitiu que Aécio sai na frente. “O fato de ele assumir a presidência do partido lhe dá uma vantagem comparativa inegável”, disse Thame.

Para o governador Geraldo Alckmin, o futuro de uma nação está nos olhos dos jovens. “E hoje, Aécio, os olhos do PSDB estão voltados para você. Eles são o partido da inflação, nós somos o partido do Real”, afirmou. Presente na festa, o ex-governador José Serra abraçou Aécio e sinalizou que permanecerá no PSDB. “Estaremos sempre juntos na oposição ao que está aí e na defesa dos interesses do povo brasileiro”, assegurou.


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