Com a entrada em vigor da lei, o secretário de Agricultura perderia o cargo por não conseguir apresentar atestado de bons antecedentes. Waldeci chegou a pensar em se candidatar a vereador nas eleições do ano passado, mas a falta do documento o impediu de disputar o pleito. O secretário passou a ter problemas com a Justiça depois de brigar com um delegado. Em relação a Marcos David, o procurador-geral, que venceu a disputa para a prefeitura da cidade em 2008, ele virou ficha-suja ao ser cassado dois anos depois por compra de votos.
A presença dos dois na prefeitura esbarra na Súmula Vinculante número 13, aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2008. A avaliação é do promotor de Defesa do Patrimônio Público Eduardo Nepomuceno. A súmula diz que “a nomeação de cônjuge, companheiro, ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”. No entanto, há, apesar da súmula, posicionamentos jurídicos contrários ao do promotor.
O projeto, apresentado à Câmara pelo vereador Wellerson França (PV), foi aprovado na Casa por 6 votos a 2. O presidente Renato Alves não votou, mas afirmou ser a favor da derrubada do veto. “Aqui antes era assim: o prefeito mandava pela manhã, e os vereadores faziam à tarde. Agora é diferente. Nós analisamos tudo e votamos em benefício do município”, disse.