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Estado de Minas

Candidatos a vereador têm campanha com sobra no caixa de R$ 1 mi

Financiamentos foram reforçados por doações ocultas, que somaram 35% do total


postado em 11/11/2012 08:23

Enquanto o prefeito reeleito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), terá que quitar uma dívida de R$ 6,63 milhões, pois gastou mais do que arrecadou na última disputa eleitoral, os 41 vereadores eleitos estão com dinheiro sobrando. O troco da campanha passa de R$ 1 milhão (R$ 1.183.279,27), o que corresponde a 12,51% do total arrecadado. Aliás, parte significativa do financiamento conseguido pelos vereadores – 35,14% – é proveniente das chamadas “doações ocultas”.

Esse tipo de doação é uma artimanha usada pelos partidos e candidatos para camuflar a origem do dinheiro. A estratégia – permitida pela lei eleitoral – não expõe as empresas doadoras, pois a doação é feita via comitê ou partido e não diretamente para o candidato.

Em valores, o vereador Gunda (PSL) tem a maior diferença entre arrecadação e gastos. As sobras de campanha somam R$ 83.521. Na sequência, está Wellington Magalhães (PTN), com o saldo de R$ 73.773, e o tucano Pablito, com R$ 72.386. De acordo com a legislação eleitoral, o dinheiro que não foi gasto durante a campanha deve ser devolvido para o partido. “Os bens e materiais permanentes e sobras financeiras de campanha deverão ser transferidos ao órgão partidário da circunscrição do pleito”, informa a cartilha produzida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O vereador Pelé (PTdoB) declarou ter gasto apenas R$ 3,5 mil, mas arrecadou R$ 34.193,87, o que levou o ex-atleta a ter o maior percentual de sobra de campanha: 89,76%. Correligionário de Pelé, Vere da Farmácia é outro vereador que declarou à Justiça Eleitoral ser franciscano nos gastos. Foi o que menos gastou entre os 41 eleitos, declarando apenas R$ 1.485. Porém, Vere arrecadou R$ 10.763,67, ou seja, usou apenas 13,8%.

O vereador mais votado de Belo Horizonte, o bispo Fernando Luiz (PSB), também foi o campeão das doações ocultas. Dos R$ 76.144,34 que arrecadou, 95,46% (R$ 72.684,34) vieram da triangulação via diretórios e comitês partidários. Os outros R$ 3.440 são provenientes de uma construtura, uma gráfica e uma pessoa física, conforme declaração enviada ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).

Entre os eleitos, dois vereadores tiveram uma participação baixa de doações ocultas. Marcelo Álvaro Antônio (PRP) recebeu apenas R$ 1.357,39, o que corresponde a 1,22% dos seus gastos. Já Iran Barbosa, que foi o único vereador do PMDB eleito, não contou com a boa vontade financeira da legenda. Iran foi o quarto vereador que mais arrecadou (R$ 558 mil), e a maior parte (R$ 357.131,18) saiu do próprio bolso e também da conta bancária de familiares, como o pai dele, o ex-deputado estadual Irani Barbosa. O vereador, que foi reeleito e cogita mudar para o PSOL, teve 1,75% proveniente de doações ocultas.

Contas a pagar


O prefeito Marcio Lacerda declarou ter gasto R$ 28,17 milhões, porém arrecadou uma quantia menor, R$ 24,54 milhões, o que o levou a ter uma dívida de campanha de R$ 6,63 milhões. Lacerda usou R$ 4 milhões de seu patrimônio pessoal. Já o candidato derrotado Patrus Ananias (PT) arrecadou R$ 17,1 milhões e gastou R$ 17,4 milhões e tem R$ 296 mil em contas a pagar.


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