A advogada Suzana de Camargo Gomes é a mais nova integrante da Comissão de Ética Pública da Presidência da República. O decreto foi publicado nesta terça-feira no Diário Oficial da União (DOU). O mandato é de três anos. Suzana Gomes se aposentou do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em julho, onde era desembargadora. Atualmente, ela advoga no Mato Grosso do Su e chegou a disputar uma vaga para o Superior Tribunal de Justiça, em 2011, com o apoio do então presidente do Tribunal, ministro Ari Pargendler, seu cunhado.
Pertence
Um dia depois de ter renunciado ao cargo de presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, no dia 24 de setembro deste ano, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Sepúlveda Pertence disse que a "postura de independência" do órgão será mantida pelo seu sucessor na presidência, Américo Lacombe, e pelos seus atuais e futuros integrantes.
Pertence não quis comentar sobre a suposta interferência da presidente Dilma Rousseff nos trabalhos da comissão, sobretudo com relação à decisão de investigar o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, pela suspeita de tráfico de influência nas consultorias que teria feito em 2009 e 2010. A comissão também opinou pela censura ética contra os ex-ministros chefes da Casa Civil Erenice Guerra e Antonio Palocci.
"Não quero comentar o caso concreto porque ainda está submetido à comissão", afirmou Pertence, referindo-se ao processo contra Pimentel.
Ele descartou a possibilidade de a comissão vir a ser esvaziada com a sua renúncia. "Entreguei à presidência ao doutor Américo Lacombe, que é um homem com serviços à República, com uma tradição de independência que lhe custou a cassação como magistrado", afirmou, lembrando do ato da ditadura militar de prender e cassar juízes contrários ao regime. "E por isso estou confiante de que ele (Lacombe), os novos integrantes e os que venham a ser nomeados manterão a postura de independência que não só eu, mas sobretudo os conselheiros que subiram comigo souberam manter".
Pertence rebateu a informação de que teria renunciado à comissão da Presidência da República para demonstrar sua insatisfação com o fato de Dilma ter preterido seu filho para a vaga do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Isso é dessas notas que atribuem a amigos meus e eu não sei que amigos serão", alegou. Ele disse que seu filho Evandro foi incluído na lista do TSE em terceiro lugar e "obediente à tradição, não postulou (a vaga) porque na primeira vez havia um advogado com mais tempo do que ele na lista", explicou. Na segunda vez, acrescentou, tratava-se da recondução de um ministro, que não ocorreu, mas problema não é dele". O ex-presidente da Comissão de Ética disse que "jamais" interferiu para favorecer a um filho.
Com Agência Estado