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Estado de Minas

Condenados pelo STF, Dirceu e Genoino recebem a solidariedade dos petistas

Petistas fazem ato de desagravo a Dirceu e Genoino. Ex-presidente do PT deixa cargo no governo e se diz injustiçado pelo STF. Ex-ministro afirma que vencer eleição é o mais importante agora


postado em 11/10/2012 07:24

Um dia depois de terem sido condenados pela maioria do Supremo Tribunal Federal por corrupção ativa no escândalo do mensalão, o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoino foram aplaudidos por correligionários no Diretório Nacional do PT, em São Paulo. Antes de o partido debruçar-se sobre os números da eleição, Genoino e Dirceu foram apresentados como heróis. O ex-presidente do PT leu uma carta na qual abriu mão do cargo de assessor especial no Ministério da Defesa e foi recebido por gritos de “Genoino, guerreiro do povo brasileiro”.

Dirceu, mantendo seu estilo pragmático e frio que o caracterizou ao longo de toda a trajetória política, falou pouco sobre a condenação do STF. Tanto ele quanto Genoino ainda serão julgados por formação de quadrilha. O ex-ministro disse que o partido terá de acostumar-se a disputar o segundo turno das eleições municipais com o peso do mensalão e acrescentou que a prioridade dos petistas deve ser o pleito, não o julgamento. E o foco deve ser a candidatura de Fernando Haddad para a Prefeitura de São Paulo.

“Retiro-me do governo com a consciência dos inocentes. Não me envergonho de nada”, declarou o ex-presidente do PT, ao anunciar, pela manhã, o pedido de demissão da Defesa. Ele era o único réu do processo do mensalão a ocupar cargo no governo federal, com um salário de R$ 9 mil. Genoino classificou a decisão do Supremo como uma “injustiça monumental”. Só à tarde, o STF proclamou a condenação de Genoino por 9 votos a 1. “A Corte errou. Foi, sobretudo, injusta. O Supremo condenou um inocente sem provas”, declarou José Genoino. Para o ex-presidente do PT e fundador da legenda, o julgamento do mensalão teria sido contagiado por um clima anti-PT, que ele atribui aos “setores reacionários”.

Choro A filha de Genoino também divulgou uma carta em defesa do ex-presidente do PT, que levou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) às lágrimas, ao lê-la na tribuna do Senado. No documento, intitulado A coragem é o que dá sentido à liberdade, Miruna Genoino resumiu a vida do pai e citou episódios de sua luta contra a ditadura. Ela mencionou os dois netos do ex-guerrilheiro, de 4 e 5 anos, “que idolatram o avô e que talvez tenham que ficar sem sua presença.” Miruna disse ainda que o pai continuará tentando provar a sua inocência.

No início da noite, o Diretório Nacional do PT divulgou uma nota avaliando o resultado obtido pelo partido nas urnas – foi o que mais votos recebeu, com 17,198 milhões, o que representa 16,76% do eleitorado. “Nosso desempenho nas eleições municipais ganha ainda maior significado, quando temos em conta que ele foi obtido em meio a uma intensa campanha, promovida pela oposição de direita e seus aliados na mídia, cujo objetivo explícito é criminalizar o PT” , diz o documento.

A nota afirma que esta "não é a primeira, nem será a última vez, que os setores conservadores demonstram sua intolerância; sua falta de vocação democrática; sua hipocrisia, os dois pesos e medidas com que abordam temas como a liberdade de comunicação, o financiamento das campanhas eleitorais, o funcionamento do Judiciário”. Aos ataques e manipulações, contraporemos a defesa enfática de nosso projeto estratégico”, conclui o texto.

Reformas Enquanto o PT curava suas feridas, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) também criticou o Supremo, afirmando “repudiar o comportamento do STF, que se colocou a serviço dos conservadores, da imprensa neoliberal e de todos que querem criminalizar os movimentos sociais e seus representantes no parlamento”. A entidade cobrou uma reforma do Judiciário para que “as regras legais sejam adequadas à realidade, diminuindo as subjetividades”.


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