O deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), em depoimento prestado na tarde dessa terça-feira à CPI do Cachoeira, reafirmou a amizade de mais de 20 anos com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, revelou que o contraventor tinha uma sala na sede da Construtora Delta, em Goiás, e admitiu ter recebido um rádio Nextel para se comunicar com ele. Após a oitiva, o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse que “a relação entre Leréia e Carlinhos Cachoeira é comprometedora e parecida com o caso de Demóstenes Torres.”
Em gravações da PF durante a Operação Monte Carlo, que desarticulou o esquema criminoso, o parlamentar alerta o amigo das investigações para desbaratar o esquema de jogos ilegais. Cachoeira pede ao deputado, que tem influência no governo de Goiás, que o ajude a afastar alguns policiais e delegados da Polícia Civil do estado. “As gravações estão fora de contexto. Não existe interferência política nisso”, foi a resposta do parlamentar.
Prorrogação Antes do depoimento de Leréia, vários integrantes da CPI, dos mais diversos partidos, declararam ser a favor de prorrogar a investigação por 180 dias. O senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP) já encaminhou ofício pedindo a extensão do prazo, que termina em 4 de novembro. Para prorrogar os trabalhos da CPI são necessárias, no mínimo, 27 assinaturas no Senado e 171 na Câmara. A reunião administrativa que ocorreria amanhã foi adiada para a próxima semana. Na terça-feira, uma reunião de líderes, no gabinete do presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), vai decidir o assunto.