Liberado pelos médicos para subir em palanques, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começa a encarar nesta terça-feira o desafio de fazer decolar a candidatura de seu ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, à prefeitura de São Paulo. O ex-presidente passará parte do dia fazendo gravações de apoio ao candidato petista. Estacionado em 6% das intenções de voto, segundo a última pesquisa Ibope, Haddad ansiava pela recuperação de Lula, seu padrinho político, para o engajamento na campanha.
Liberado pelos médicos para viajar, Lula deve ajudar outras candidaturas do PT pelo País. Ontem, ele recebeu a visita do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Mucio Monteiro Filho, mas um dos temas do encontro foi a situação eleitoral em Recife. Lula está preocupado com o problema criado pela candidatura de Geraldo Júlio, lançado pelo governador Eduardo Campos (PSB). Embora aliado do PT no âmbito nacional, o governador alegou o conflito interno dos petistas para optar por candidatura própria. É que o prefeito petista João da Costa, embora relegado pelo partido, que lançou o ex-ministro Humberto Costa, insistia em disputar a reeleição.
Lula já conversou a respeito com o governador e vai apoiar Humberto. Ele deve ir a algumas capitais do Nordeste, como Recife e Salvador, em setembro. Ontem, antes de dar uma pausa na agenda para assistir ao jogo da seleção brasileira na Olimpíada, Lula recebeu a visita do seu advogado e compadre, Roberto Teixeira, e do ex-ministro e economista Delfim Netto. "Vim cumprimentar o (ex) presidente e falar mal do Corinthians", desconversou Delfim. O empresário recifense Armando Monteiro Filho, amigo de Lula que participou do encontro, contou que a economia foi um dos assuntos. "O Brasil está no caminho certo, está numa situação magnífica", disse.