A Justiça do Amapá, por meio da desembargadora Sueli Pini, afastou nesta terça o deputado Moisés Souza (PSC) do cargo de presidente da Assembleia Legislativa. Edinho Duarte (PP) também foi afastado. Ele ocupava o cargo de primeiro secretário da Mesa Diretora. Os dois deputados e outras 15 pessoas, entre funcionários do Poder Legislativo e empresários, foram denunciados pelo Ministério Público por formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro. O MP chegou a pedir a prisão preventiva deles, mas a Justiça decidiu apenas pelo afastamento.
Do inquérito do Ministério Público consta que para o "pagamento" da Cootram o servidor da Assembleia Gleidson Amanajás da Silva sacou mais de R$ 5 milhões em espécie no Banco do Brasil, utilizando cheques da Assembleia endossados pelo presidente e tesoureiro da Cooperativa, Sinésio Leal e Sidney Gonçalves, respectivamente. Os dois, em depoimento ao MP e à Polícia Civil, disseram que as assinaturas que estão no verso do cheque não são deles, foram falsificadas. Investigações do MP mostram que a Cooperativa jamais forneceu qualquer veículo para a Assembleia e que o contrato era um instrumento para lavagem de dinheiro.
O presidente da Assembleia Legislativa Moisés Souza não está em Macapá. De Brasília, por telefone, ele disse que ainda não foi notificado da decisão da Justiça. Mas o seu advogado, Inocêncio Mártires, informou que recorrerá da decisão.