As imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do pré-candidato petista à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad trocando afagos com o deputado federal Paulo Maluf (PP), no jardim de sua residência, ao anunciarem aliança entre os partidos, serão recompensadas com o tempo de TV (cerca de 1m35s) que será somado à campanha petista. Essa é a análise do coordenador do curso de Marketing Político da ESPM, Victor Trujillo.
Segundo o professor, o grande eleitorado não atenta para coligações. Trujillo destaca que Haddad e seu partido podem sair chamuscados entre a classe média politizada e os militantes do partido. A atitude de Erundina, argumenta, tem um público alvo bem definido: "É uma postura para a classe média mais politizada mais engajada. Não para o grande eleitorado."
Devido ao que chamou de "evolução nas regras das campanhas eleitorais", Trujillo afirma que neste pleito, mais do que nunca o tempo de televisão será valioso. "As campanhas eleitorais chegaram a ter muitas ferramentas legais, como santinhos e camisetas. Hoje, restam tão poucas ferramentas para o candidato se apresentar, ser conhecido, que a TV teve sua função ampliada. Mesmo as redes sociais, que começaram a ser utilizadas nas últimas eleições, sofreram uma série de vedações."
Para Trujillo, a responsável pela repercussão negativa em torno da adesão do PP de Maluf ao PT foi a deputada federal Luiza Erundina (PSB). A deputada havia sido escolhida como vice na chapa de Haddad, mas abandonou o posto alegando "desconforto" ao assumir uma aliança com Maluf. "Toda essa repercussão, o catalisador é a Erundina. Essa coligação passaria despercebida, seria mínima dentro da agenda dos grandes fatos", disse, complementando que toda essa repercussão acontece devido à proximidade das eleições. "Ao invés de técnicos de futebol, como quando a seleção joga, ao longo das eleições todos viram marqueteiros políticos", alfineta.