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Estado de Minas

Petista libera sigilo e força reação tucana

Ao depor, o governador do DF, Agnelo Queiroz, assina documento que permite a abertura de seus dados bancários, fiscais e telefônicos e é imitado por Perillo, chefe do Executivo de Goiás


postado em 14/06/2012 06:00 / atualizado em 14/06/2012 06:52

Brasília – Em um depoimento longo, com quase 10 horas de duração, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), apresentou logo nos primeiros minutos a sua estratégia na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira. Utilizando o velho ditado popular de que “quem não deve não teme”, informou à comissão que autorizava a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico. A iniciativa deixou a oposição numa sinuca de bico. Pressionado pelo gesto de Agnelo, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), ligou para o líder do partido na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), comunicando que faria o mesmo. Na última terça-feira, em depoimento na CPI, Perillo havia se negado a abrir mão dos sigilos, como sugeriu o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG).

“Sei que não é usual uma testemunha fazer o que peço. Mas ofereço à CPI todos os meus sigilos”, afirmou Agnelo. O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) ressaltou que apenas a palavra do governador não valia. Pressionou para que ele assinasse um documento abrindo mão do sigilo. Agnelo aceitou a sugestão e assinou. Hoje, na reunião administrativa da CPI, as quebras de sigilo deverão ser oficializadas.

Bruno Araújo comentou que a atitude de Agnelo era “jogo de cena” porque ele já tinha disponibilizado a quebra do sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Não havia nem necessidade, porque a CPI poderia solicitar o compartilhamento das informações. Ele autorizou um sigilo que já foi quebrado”, salientou o deputado.

O governador utilizou grande parte do tempo para dizer que sofreu ataques da organização criminosa chefiada pelo bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, justamente porque a quadrilha não teria encontrado facilidades na sua gestão. “A organização tramou a minha derrubada. E não agiu sozinha. Valeu-se das falsas acusações plantadas no noticiário. Tudo com o objetivo de me desgastar e me retirar do governo do Distrito Federal. Não conseguiram. Hoje, entendo por que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) pediu meu impeachment na tribuna”, afirmou.

Limpeza urbana

O governador deixou sem respostas perguntas sobre a compra de sua casa, por R$ 400 mil. Questionado sobre a forma de pagamento, limitou-se a dizer que havia entregue à CPI declaração de Imposto de Renda. O deputado Carlos Sampaio afirmou que a quebra de sigilos oferecida à comissão abrangia as movimentações feitas pelo governador entre junho deste ano e junho de 2007 e, por isso, não alcançaria a compra do imóvel, que teria ocorrido em março de 2007.

Em relação à Delta, empresa pivô do esquema de Cachoeira, Agnelo disse que a empresa tem contrato para limpeza urbana no Distrito Federal, assinado em 9 de dezembro de 2010, quando ainda não tinha assumido o poder. Ele ressaltou que, logo no primeiro mês de gestão, autorizou a realização de auditoria e que não pediu prorrogação dos contratos da Delta.

Sobre Cachoeira, o petista afirmou que se encontrou uma única vez com o bicheiro, em uma visita que fez como diretor da Anvisa ao laboratório Vitapan, de propriedade do contraventor. Nesse momento, o deputado Carlos Sampaio perguntou quem o convidou para a visita. Agnelo respondeu que foi a empresa.


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