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Estado de Minas

Em Juiz de Fora, PT assiste brigas no PSDB e no PMDB para definição de nome

O prefeito tucano Custódio Mattos corre o risco de perder a chance de buscar a reeleição este ano


postado em 22/05/2012 06:00 / atualizado em 22/05/2012 07:22

Quadro sucessório na cidade da Zona da Mata foi assunto na reunião da base do governo Anastasia (foto: Jair Amaral/EM/D.A press)
Quadro sucessório na cidade da Zona da Mata foi assunto na reunião da base do governo Anastasia (foto: Jair Amaral/EM/D.A press)


Se política é a arte de fazer acordos, é preciso enviar todos os especialistas na área para Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais. Dois dos principais partidos do país, PSDB e PMDB, batem cabeça internamente para decidir quem lançarão como candidatos à prefeitura da cidade nas eleições de outubro. Os tucanos podem tentar a reeleição com o prefeito Custódio Mattos, mas, na sexta-feira, o deputado estadual Lafayette Andrada afirmou ser pré-candidato. Pelo  PMDB, o também deputado estadual Bruno Siqueira quer concorrer, porém enfrenta resistência da ala da legenda ligada ao ex-prefeito Tarcísio Delgado. Ainda quieto, o PT poderá ser o principal beneficiado em meio a tantas brigas. Em 2008, o partido foi para o segundo turno com Margarida Salomão, que vai se candidatar novamente.

A decisão de Andrada irritou o presidente estadual do PSDB, deputado federal Marcus Pestana. Pelo Twitter, o parlamentar, em resposta a um seguidor no microblog, disse ter ficado sabendo do posicionamento do colega pelos jornais e que a atitude foi “unilateral” e “pessoal”. Afirmou ainda que o candidato da legenda é Custódio Mattos. Em resposta a Andrada, disse, também no Twitter, que “pela complexidade do quadro é que devemos estar unidos”.

A “complexidade” citada pelo deputado é a rejeição enfrentada pelo prefeito de Juiz de Fora. Adversários afirmam que se as eleições fossem hoje Custódio perderia até mesmo para o ex-prefeito Alberto Bejani, que chegou a ser preso no exercício do mandato, em 2008, por envolvimento em uma máfia que fraudava o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Andrada afirma que lançou a pré-candidatura depois de conversar com correligionários. “Apresento meu nome como alternativa no sentido de manter o alinhamento ao Palácio da Liberdade”, afirmou o parlamentar, que já foi vereador em Juiz de Fora entre 2001 e 2004. A cidade é a quarta no estado em número de eleitores, com 392.692 votos, conforme os últimos dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), divulgados em abril.

No PMDB, o deputado estadual Bruno Siqueira, filho do ex-deputado federal Marcello Siqueira, um dos aliados mais próximos do ex-presidente Itamar Franco, terá que se acertar com integrantes que preferem a aliança com o PT. Siqueira se firmou como possível candidato depois da atuação como relator da CPI que investigou Bejani.

Tanto o PMDB quanto o PT fazem parte da base da presidente Dilma Rousseff. “Estamos conversando para ver onde vamos chegar”, diz Tarcísio Delgado, que, publicamente, prefere tentar manter o cordialismo. O filho do peemedebista, Júlio Delgado (PSB), no entanto, é bem mais enfático. “As chances de o Tarcísio apoiar o Bruno Siqueira, que sempre apoiou o Custódio Mattos, são de zero por cento”, afirma o deputado. Júlio também chegou a lançar pré-candidatura à prefeitura, mas recuou, e a tendência é de que apoie a candidata do PT juntamente com a ala do PMDB ligada ao pai.

Na sobra

Segundo o presidente estadual do PT, deputado federal Reginaldo Lopes, o partido nunca esteve tão coeso em Juiz de Fora. “Antes havia a disputa dentro da legenda entre Paulo Delgado e Agostinho Valente (ambos ex-ocupantes de cadeiras na Câmara Federal). Mas hoje as informações que temos é de que há uma união de todas as correntes da legenda em Juiz de Fora em torno da nossa pré-candidata”, diz o parlamentar.

O quadro sucessório em Juiz de Fora chegou a fazer parte das discussões da reunião entre partidos da base do governador Antonio Augusto Anastasia (PSDB) realizada ontem na sede do DEM. O vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP) disse ter sido surpreendido com o anúncio de Andrada. “Custódio Mattos tem chance de reeleição. É homem sério e queremos crer que se reelegerá. O que nos falta aqui é esforço em busca sempre de convergir onde for possível.”

Cinco pedras no caminho tucano

Dentro da estratégia de derrotar o PT nas 50 maiores cidades mineiras, já de olho na construção de uma base política voltada para as eleições de 2014, os partidos da base do governador enumeraram ontem problemas mais graves nas disputas municipais de Juiz de Fora, Caratinga, Alfenas, Itaúna e Teófilo Otoni. Em todas elas, mais de um candidato alinhado ao Palácio da Liberdade concorrem com o PT ou o grupo político a ele aliado, caso de Itaúna, onde a candidata socialista, Íris Rodrigues, tem o apoio do prefeito petista Eugênio Pinto. Naquela cidade, pleiteiam o apoio do governo do estado o deputado estadual Neider Moreira (PSD) e Osmando Prereira (PSDB), que se desincompatibiliza da secretaria da Regional Pampulha da Prefeitura de BH para concorrer ao cargo.

Há problemas também em Teófilo Otoni. Têm pretensões de concorrer o subsecretário de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, Getúlio Neiva, ex-peemedebista filiado ao PSD, e o deputado federal Ademir Camilo, ex-pedetista também no PSD. O Palácio quer derrotar a prefeita Maria José Haueisen (PT), que está em seu segundo mandato e quer fazer o seu sucessor.

Enquanto em Caratinga concorrem ao apoio do governo do estado o PSDB e o PTB, em Montes Claros três disputam a indicação da base: o secretário de Estado de Trabalho e Emprego, Carlos Pimenta (PDT), que deixa hoje o cargo, o deputado federal Jairo Ataíde (DEM) e Cristina Pereira, mulher de Gil Pereira, secretário de Estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.


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