Contrariando o que pregava o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), o PSDB ressuscitou nesta segunda-feira a ideia de criar uma CPI para investigar irregularidades na área da Saúde. O líder tucano, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), defendeu a iniciativa no plenário, lembrando que em abril do ano passado foram coletadas assinaturas para instalar a CPI mista para tratar do tema.
Dias lembrou das outras CPI inviabilizadas pelo governo - a dos Transportes e da Corrupção - mas argumentou que combater a corrupção na área da Saúde é uma tarefa "a favor do povo brasileiro". "Não é uma CPI da oposição, não é contra o governo, não é uma CPI deste ou daquele partido, é suprapartidária, porque os serviços de Saúde pública são de responsabilidade da União, dos Estados e dos municípios", alegou. O líder informou que, em abril, foram obtidas as 27 assinaturas no Senado, o suficiente para criar a comissão, mas apenas 100 das 171 necessárias na Câmara dos Deputados.
O líder do governo, Eduardo Braga, foi ao gabinete de Álvaro Dias na tentativa de convencê-lo a desistir da criação da CPI. Ele repetiu os argumentos de praxe do governo, de que não é o momento de criar a comissão. Outra justificativa é a de que os órgãos competentes investigam as denúncias no setor de Saúde. O líder tucano discordou. Ele lembrou que até agora nenhuma ação conseguiu reprimir a corrupção na área. "Corrupção na Saúde é um crime hediondo, pois se trata de roubo somado ao assassinato de pessoas. O governo deveria ser o primeiro interessado nessa CPI" defendeu o tucano.
