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Estado de Minas

Apesar de desconforto com PT e PSB, PMDB permanece fiel ao governo Dilma


postado em 12/12/2011 07:22 / atualizado em 12/12/2011 07:26

Brasília – O PMDB vai aproveitar a votação do projeto que cria um plano de previdência privada para os servidores públicos federais, que deverá ocorrer na quarta-feira, para dar um recado à presidente Dilma Rousseff: a legenda é fiel ao Planalto, confiável e merece continuar no condomínio presidencial em 2014, apesar do desconforto do PT com a aliança e do PSB também estar de olho na vaga. Com o senso de sobrevivência apurado e cientes de que a presidente Dilma deseja mudar as regras do setor apesar da pressão dos sindicatos e da resistência das legendas de esquerda, os pemedebistas encamparam a ideia. O principal articulardor do projeto é o ministro da previdência, indicado pela legenda: Garibaldi Alves (RN). “A presidente Dilma pode contar conosco, mais de 80% do partido votará na proposta do governo”, avisa o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).

O projeto representa apenas mais uma situação em que o PMDB aproveita para dar os seus recados políticos aos demais integrantes da coalizão, sobretudo ao PT, que sempre reclama do gigantismo do parceiro. Henrique Alves não cita os petistas, mas é claro na provocação ao defender a proposta redigida pela equipe econômica: “Apesar de alguns que ainda insistem em debates emocionais, nós temos a certeza de que um projeto como esse é importante para o país”, provocou. Vale também para o PSB, que aposta crescer nas eleições municipais para ser alternativa caso Dilma queira divorcia-se do PMDB em 2014.

Os partidos de esquerda e os sindicatos estão especialmente preocupados com os efeitos políticos da aprovação de um projeto dessa natureza pela proximidade do ano eleitoral. “Eu não entendo como o nosso governo concorda em assumir um desgaste deste tipo”, reclama o diretor-executivo da CUT e coordenador do setor público da entidade, Pedro Armengol. “O PMDB não precisa se preocupar com esse desgaste, eles e o PSDB são a mesma coisa. Nós é que temos de carregar esse peso”, reclamou.

Na semana passada, os sindicatos perturbaram os petistas, sobretudo o relator do projeto, deputado Ricardo Berzoini (SP), ex-ministro da Previdência e ex-presidente do Sindicato dos Bancários. Berzoini era titular da pasta, em 2003, quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou ao Congresso o projeto de reforma da Previdência. A base sindical do PT estrilou, parte dos parlamentares deixou a legenda para fundar o PSol e Lula só conseguiu aprovar a taxação de 11% dos inativos. Em 2005 estourou o escândalo do mensalão, Lula foi às ruas buscar apoio dos movimentos sindicais e sociais e, ao ser reeleito em 2006, sepultou qualquer mudança nova nas regras de previdência do funcionalismo público.

Os partidos aliados sabiam que Dilma retomaria a proposta do fundo de previdência privada do funcionalismo. Tanto que o PMDB reclamou muito ao ser informado de que o Ministério da Previdência ficaria com o partido. O senador Eduardo Braga (PMDB-AM), primeiro a ser cogitado para o cargo, disse “não, obrigado”, afirmando que seria mais útil ao país cumprindo seu mandato na Casa. Sobrou para Garibaldi. Um ano depois, o partido sente-se confortável. Está adorando a chance de polarizar com os aliados de esquerda. “Eles não podem esquecer que somos da chapa presidencial. Não somos integrantes da base, somos governo”, lembrou um aliado do vice-presidente, Michel Temer.

A relação do Planalto com a cúpula do PMDB sempre é tensa e, não raro, envolve cobranças por cargos. No setor elétrico, Dilma perdeu a paciência. Quando Henrique Alves disse, no início do ano, que não aceitaria a substituição de nomes em Furnas, a presidente explodiu. “Não estou perguntando o que você quer, estou dizendo o que eu quero”.

Na semana passada, o presidente do Senado, José Sarney, foi à presidente pedir, em troca do apoio do partido à PEC da Desvinculação dos Recursos da União (DRU), cargos em estatais e na Agência Nacional do Petróleo (ANP). Aliados da presidente dizem que ela só analisará os pedidos após a reforma ministerial, de janeiro.


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