O vice-presidente da República, Michel Temer, endossou o conselho dado nessa quarta-feira pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sua sucessora no Palácio do Planalto, Dilma Rousseff. Temer defendeu que haja um melhor diálogo do Poder Executivo com o Legislativo e que é necessário manter uma relação sólida entre PT e PMDB, em especial com o governo federal.
"O PMDB tem uma relação muito sólida com o governo federal e é preciso apenas que haja maior diálogo, conversações que são comuns na relação entre o Legislativo e o Executivo", afirmou, após participar de evento de filiação do ex-governador de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho, na capital paulista.
Operação Voucher
Temer negou que a relação entre as duas legendas esteja estremecida e disse não acreditar que a devassa promovida no Ministério do Turismo, na Operação Voucher, possa levar a retaliações do PMDB no Congresso. "Não há o mal-estar que se imagina". O vice-presidente considerou que houve "exageros" na ação policial e reconheceu que ficou "chocado" com o uso de algemas na detenção dos suspeitos. "De vez em quando eu ouço dizer que há provas robustas, mas onde estão as provas?", questionou. "Confesso a vocês que a história das algemas pegou muito mal", afirmou.
Temer lembrou que uma súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) determina que as algemas só devem ser utilizadas em caso de periculosidade intensa. "Convenhamos, fazer o que fizeram com o ex-deputado Colbert Martins, que tem o apreço de toda Câmara, foi absolutamente desnecessário", disse. "É esse cuidado que se precisa tomar", advertiu.