Esquenta disputa entre dilmistas e aecistas em Minas

A disputa entre Aecistas e Dilmistas em Minas Gerais tem esquentado nos últimos dias. Tanto o grupo de apoio à presidente quanto o grupo que defende o senador reivindicam para si a capacidade de dialogar com o governo federal e resolver os problemas do estado. Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira, lideranças do PT, PMDB, PCdoB, PR e PRB disseram que antigos gargalos do estado serão resolvidos até o fim do mandato da presidente e acusaram o governo de Minas, referindo-se especialmente aos anos sob comando de Aécio, de não ter ''competência'' para atrair investimentos federais para Minas. Como contraponto, prometeram tirar do papel a revitalização do Anel Rodoviário de Belo Horizonte, a duplicação da BR-381, entre a capital e Governador Valadares, e a readequação da BR-040, entre Ouro Preto e Ressaquinha. O movimento Pró-Minas da Dilma, formado no início do mês passado, se reuniu para anunciar futuras licitações de 52 obras viárias, que custarão cerca de R$ 12 bilhões aos cofres públicos. ''O nosso grupo é uma resposta em relação às obras que o governador Aécio Neves não conseguiu em oito anos. O senador estabeleceu bom relacionamento com o presidente Lula, mas não teve competência para atrair investimentos para Minas'', comentou o presidente do PT-MG, Reginaldo Lopes. Ele acusou o ex-governador ainda de ''capitalizar'' programas do governo federal para o estadual. ''Quando lutávamos para trazer investimentos para Minas (no governo Aécio), eles rebatizavam os programas sociais'', disse. Minutos depois da entrevista coletiva da base aliada de Dilma, o bloco Transparência e Resultado, que apoia Anastasia, distribuiu nota à imprensa. Eles reclamam que ''as obras e repasses do governo federal aos municípios mineiros estão muito aquém do que é necessário para solucionar diversos problemas''. Para o deputado estadual Bonifácio Mourão (PSDB), presidente do bloco, a base de Dilma ''identificou Aécio como forte concorrente à Presidência e tenta atingi-lo''. O bloco afirma que a duplicação anunciada para BR-381, por exemplo, não contempla a real necessidade do estado. ''A execução das obras de duplicação do trecho de BH e Ravena, na trágica 381, representa somente cerca de 10% da extensão com necessidade de duplicação'', registra o documento.