Saída de Palocci pode pressionar alta de juros, diz revista

A saída do ex-ministro Antonio Palocci da Casa Civil pode afetar o mercado econômico brasileiro e contribuir para a alta da taxa de juros no país. A afirmação é da revista Brazil Confidential, do grupo britânico Financial Times, especializada em análise da economia brasileira. Na edição desta quinta-feira, o editorial da publicação destaca que o cenário econômico “deve se complicar com a saída inesperada de Palocci”. “A estratégia do ex-ministro de trabalhar com os 'restos a pagar', verba de exercícios anteriores, ajudou a manter o superávit primário' “, afirma o editor Richard Lapper. O editor destaca ainda que a presença do ex-ministro foi “fundamental” durante a apresentação do corte de R$ 50 bilhões no orçamento de 2011. Apesar do ajuste, apenas em maio deste ano, o governo executou R$ 702,4 milhões do orçamento de 2011, valor que excede a soma de todos os outros meses.

Segundo a publicação, a situação econômica do país se agrava com a fragilidade demonstrada pela base do governo Dilma no Congresso Nacional, especialmente com a necessidade de liberar emendas assim que se reaproximar da base aliada. A revista pondera que a crise política terá reflexos na taxa de juros, somada à pressão do aumento nos preços de alimentos e energia.

Na conclusão da análise sobre a saída de Palocci do governo, a Brazil Confidential pondera sobre a possível crise entre PT e PMDB na busca por cargos, o que poderia “minar' os planos para controle dos gastos públicos. Sobre a nova ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a publicação traz um perfil que a descreve como “uma sóldida administradora, capaz de tomar decisões duras”.

Com informações Contas Abertas