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Estado de Minas

Marina Silva não consegue mobilizar militantes

Ex-senadora do PV não consegue atrair mais de 80 pessoas em reunião promovida em Brasília para discutir o futuro do partido. Marina Silva acredita que poderá "modernizar" a legenda


postado em 27/04/2011 06:00 / atualizado em 27/04/2011 07:44

Marina Silva está percorrendo várias capitais na tentativa de obter apoio para as mudanças que quer no PV (foto: Marcelo Ferreira CB/DA press - 13/10/10)
Marina Silva está percorrendo várias capitais na tentativa de obter apoio para as mudanças que quer no PV (foto: Marcelo Ferreira CB/DA press - 13/10/10)
A candidata de 19,6 milhões de votos na disputa presidencial e protagonista de uma campanha milionária – financiada basicamente pelo dono da Natura Cosméticos – precisou recorrer a uma caixinha com doações para pagar o aluguel do auditório usado em Brasília para mobilizar militantes na noite de segunda-feira. A passagem pelo Distrito Federal (DF) do movimento intitulado Transição Democrática, que busca alterar o comando do Partido Verde (PV) e abrir espaço para o grupo de Marina Silva, evidenciou o isolamento da ex-senadora na legenda. A baixa mobilização dos marineiros (inclusive na instância do partido) e a falta de apoio do comando do PV, que reconduziu José Luiz Penna à presidência da sigla, deixaram Marina escanteada. Quase seis meses após o feito histórico de provocar o segundo turno da eleição presidencial, numa onda verde que surpreendeu e incomodou os adversários do PT e do PSDB, Marina atraiu menos de 80 pessoas para o auditório do Centro Cultural de Brasília. Nenhuma liderança expressiva do PV, local ou nacional, ciceroneou a ex-candidata.

Na entrada do auditório, uma caixinha foi colocada para recolher as doações. "Por favor, deposite aqui a sua contribuição para o aluguel do auditório. O movimento Transição Democrática do PV agradece", dizia um cartaz colado à caixa. O auditório ficou vazio durante a reunião dos militantes que defendem uma mudança de comando do PV. Até as 21h, a única liderança nacional aguardada, o presidente do PV em São Paulo, Maurício Brusadin, não havia chegado ao encontro do Transição Democrática. O deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), que vem atuando como porta-voz do movimento, não compareceu ao encontro em Brasília. A justificativa dada foi de que perdeu o voo entre Rio e Brasília. Derrotado na disputa pelo governo distrital, Eduardo Brandão, presidente do PV no DF, também não apareceu. Mandou avisar que tinha outros compromissos na noite. Brandão é secretário de Meio Ambiente no governo do petista Agnelo Queiroz.

Marina Silva foi a candidata à Presidência da República mais votada no DF. A ex-senadora tem um apartamento em Brasília, uma das cidades onde reside, juntamente com Rio Branco (AC). O DF esteve na rota do movimento Transição Democrática, que passou por São Paulo, Fortaleza e Belo Horizonte – outra capital onde Marina ficou em primeiro lugar no primeiro turno da disputa presidencial. A caravana segue ainda para Porto Alegre e Rio de Janeiro.

Renovação

Em Brasília, Marina repetiu por diversas vezes os correligionários que estão alinhados com ela na tentativa de renovar o PV: Alfredo Sirkis, Fernando Gabeira (derrotado na disputa pelo governo do Rio), Fábio Feldman (derrotado em São Paulo) e Sérgio Xavier (ex-candidato ao governo de Pernambuco). O grupo tenta destituir José Luiz Penna da presidência do PV. Ele ocupa o cargo desde 1999. Uma manobra da Executiva Nacional o reconduziu ao cargo por mais um ano. Marina quer a realização da convenção nacional em junho e o fim da reeleição dentro do partido. "Um grupo do partido achou que isso deveria ficar para o ano que vem. Mas iria acontecer a mesma coisa de 2010: 2012 é ano de campanha e não daria para fazer a renovação."

Marina disse que não pretende se candidatar à Presidência do PV. "Desde o início eu sempre falei que não estava disputando nenhum cargo. Mas não podemos ter comissões provisórias, que são nomeadas e que muitas vezes ficam ao sabor da divergência." A ex-senadora ressaltou também que não existe o "grupo da Marina". "É um desrespeito com pessoas como Gabeira, Sirkis, Feldman, Sérgio Xavier." Marina também afirmou que não pretende fundar um novo partido, em caso de fracasso do movimento Transição Democrática. "Eu nunca falei disso. Isso foi, digamos assim, uma ênfase retórica do Sirkis."

Minas

O PV mineiro apoia a tese da ex-senadora Marina Silva (AC) de que a legenda precisa de maior democracia interna e de um novo estatuto. No estado, os mais antigos filiados da legenda estão com José Luiz Penna, mas a ala recém filiada, os mais jovens e grande parte dos detentores de cargos eletivos, apoiam a causa da ex-senadora. O presidente do PV mineiro, o ex-deputado federal Ronaldo Vasconcellos, também defende maior democratização da legenda, mas tenta trabalhar, segundo ele, como “bombeiro” para evitar danos maiores ao partido.

“A Marina e o Penna são duas lideranças importantes e o partido não pode abrir mão de nenhuma delas, por isso, nosso papel agora tem de ser o de bombeiro”, defende.


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