Marina ameniza crise interna no Partido Verde, mas defende mudança

A ex-candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, amenizou as brigas internas dos últimos meses, quando chegou até a cogitar uma candidatura avulsa, caso o partido não iniciasse mudanças na coordenação e nas regras para escolher diretores. "Não podemos propor um modelo para o país sem conseguir aplicá-lo internamente. O exemplo tem que vir de dentro, com discussões abertas e envolvendo os militantes. Foi esse pensamento que fez com que conseguíssemos 20 milhões de eleitores e vamos colocar isso em prática", disse, nesta terça-feira, em Belo Horizonte, onde recebeu, na Câmara Municipal, o título de cidadã honorária da capital. No evento, que reuniu parlamentares e militantes da legenda, ela reafirmou críticas às regras internas adotadas pelo partido e defendeu mudanças rápidas para acompanhar transformações que o cenário político do país vive. "O PV tem se organizado por indicação nos últimos 24 anos, o que não condiz com um grupo que visa a plena democracia", explicou. A ex-candidata a Presidência afirmou também que não vai disputar eleições no ano que vem e espera ainda para esse ano que o calendário de eventos de reorganização do partido seja seguido a risca. Para as eleições municipais de 2012, o PV ainda não tem um nome confirmado, mas já garantiu candidatura própria, com objetivo de confirmar a força do partido em Minas conseguida nas eleições presidenciais. Lula x FHC Marina lamentou o bate-boca dos últimos dias envolvendo os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso. "Vejo um papel importante para ambos no cenário político do país, cada um com suas ideologias e propostas, mas é fundamental que as discussões sejam sempre respeitosas e democráticas.", afirmou. Sobre os primeiros 100 dias de Dilma Rousseff (PT), Marina reafirmou a posição de independência do partido e opinou sobre algumas ações tomadas até agora. ''A nova forma de fazer política externa, por exemplo, está sendo muito boa por parte do governo Dilma, criticando governos como o do Irã.