Os vereadores de Belo Horizonte votam nesta semana, em segundo turno, a Reforma Administrativa da Câmara Municipal. De autoria da mesa diretora, a reforma vai aumentar duas vezes, neste ano, o salário dos funcionários dos escritórios parlamentares. Além de cada vereador receber um aumento de 8% na verba de gabinete, previsto no projeto de lei – passando de R$ 35.986 para R$ 38.916 –, os funcionários dos escritórios terão acréscimo de 10% no vencimento, assim como todos os outros servidores da Casa. Essa gratificação, entretanto, vai beneficiar amigos e filiados dos partidos dos vereadores, já que são eles, na maioria, os responsáveis pelas atividades dos gabinetes.
O vereador disse ainda que o acréscimo de 8% na verba de gabinete, previsto na reforma, é necessário para “manter os funcionários na Casa”. A intenção de injetar mais recursos nos escritórios foi motivada pelo aumento dado aos deputados, que atualmente recebem R$ 51,9 mil. Essa medida vem como um afago a alguns vereadores que, devido à decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não poderão ter aumento de salários neste mandato.
O projeto de lei prevê ainda a criação de 18 vagas, 13 para cargos efetivos e cinco para contratados. Além disso, funcionários que já trabalham na Câmara serão promovidos a diretores, com isso, terão um aumento salarial proporcional ao cargo. Dois procuradores também serão gratificados e receberão aumento de R$ 1.359,38.
Os gastos com a reforma – estimados em R$ 3.486.641,94 – serão pagos com a aposentadoria de 33 servidores, que terão incentivo de R$ 1,922 milhão para deixar o Legislativo. A estimativa, segundo Léo Burguês, é de que, com a aposentadoria dos servidores, a Casa economize R$ 4.559.731 por ano. Com esse dinheiro, além de inflar os gabinetes, o tucano vai contratar funcionários, ampliar vagas na Casa e ainda dar gratificações aos servidores efetivos. Ele disse que será possível fazer tudo isso e ainda haverá sobras na receita de R$ 1.073.090 por ano.
Votações
Nesta segunda-feira, os vereadores votam 10 vetos do prefeito e cinco projetos de lei. Na sexta-feira, quando as reuniões plenárias do mês começaram, não houve quórum para votação. Os parlamentares voltaram a discutir sobre a quantidade de vetos da prefeitura aos projetos do Legislativo. A reclamação ficou por conta do vereador Iran Barbosa (PMDB), que vai deixar a liderança de seu partido na Casa porque se diz oposição, ao contrário de outros três companheiros da bancada peemedebista, que querem continuar na posição de independência.
Durante a reunião de sexta, o vereador Henrique Braga (PSDB) também usou a tribuna para reclamar da prefeitura. Ele disse que o PSDB corre o risco de não conseguir montar chapa para as eleições proporcionais de 2012. O tucano afirmou que cerca de 20 vereadores que ficaram na suplência no pleito de 2008 – e ajudaram a eleger o prefeito Marcio Lacerda (PSB) – estão querendo deixar o partido por não ter recebido nenhuma gratificação durante o mandato do socialista.