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Frida para todos os dias


postado em 01/03/2019 05:10

(foto: Paulo Nogueira/EM/D.A PRESS)
(foto: Paulo Nogueira/EM/D.A PRESS)
Vem carnaval, vai carnaval e uma personalidade emblemática nunca fica fora da festa extraoficial nas ruas, mesmo que, aparentemente, nada tenha a ver com a realidade brasileira. É o caso da pintora mexicana Frida Kahlo (1907-1954), famosa por suas sobrancelhas unidas e roupas extravagantes e coloridas, e, principalmente, pela sua dramática história de vida e postura libertária para enfrentar adversidades num ambiente predominantemente masculino e opressor. Ícone da cultura pop do século 21, mesmo 64 anos depois de sua morte, Frida está nas caras, bocas, roupas e apetrechos em geral em todas as épocas do ano. E no carnaval não é diferente.

Na última terça-feira, a secretária Maria Alice de Paula Schubert esteve em uma loja na Savassi, em BH, em busca de fantasia, vestido ou camiseta da pintora para o carnaval. Opções não faltavam. Mas por que Frida? “Porque acho que ela tem a ver com as mulheres de hoje”, respondeu. A resposta sintetiza exatamente o que representa a artista, que em sua época era geralmente reconhecida apenas como mulher do muralista Diego Rivera (1886-1957), mas já travava luta silenciosa pela emancipação feminina. Hoje ela é um ícone pop. As sobrancelhas unidas estão estampadas em roupas, bolsas, sacolas, mochilas, ímãs de geladeira, gravuras, toalhas, cadernos, almofadas e em milhares de perfis nas redes sociais.

Frida morreu em 13 de julho de 1953, com apenas 46 anos. Foi uma mulher além do seu tempo por várias razões, pelas bandeiras libertárias de mulher militante e do amor livre, temas caros para sua época, e por sua obra emblemática em defesa dos povos indígenas e outros excluídos da América pós-Colombo. Respondeu à altura às traições de Diego, que inclusive chegou a traí-la com a irmã dela. Sob as barbas do marido, ela manteve um caso com Leon Trótski (1879-1940), uma das personalidades mais importantes da época, que estava vivendo na famosa Casa Azul do casal, no México, como refugiado da perseguição implacável de Josef Stálin (1878-1953), o então todo-poderoso líder da URSS.

“Espero alegre a minha partida, e espero não retornar nunca mais.” Essa foi a última frase escrita por Frida em seu diário. E,  provavelmente, nem a própria artista imaginaria que seria idolatrada no século seguinte e, sem exagero, com popularidade semelhante à dos Beatles. Símbolo do feminismo e do empoderamento das mulheres, ao longo das décadas, ela virou filme, peça de teatro e passou a inspirar artistas, publicitários, produtores de moda e um número infinito de produtos para um mercado que parece inesgotável.

‘TENHO ASAS PARA VOAR’

E é claro, então, não poderia faltar Frida em quadrinhos também. Está no mercado mais um precioso item sobre a vida dessa mulher fascinante: Frida Kahlo – Para que preciso de pés quando tenho asas para voar?. A graphic novel é dos belgas Jean-Luc Cornette e Flore Balthazar, que traça os destinos de Frida, Diego Rivera e Trótski, entre “paixão e fúria, arte e política” nos fins dos anos 1930. É fascinante ver Frida e Trótski, pessoas marcantes do século passado, em quadrinhos. A obra faz um resumo estilizado do triângulo amoroso e a força intelectual e emocional da artista numa época conturbada.

O título do livro reproduz uma declaração de Frida e faz referência ao seu sofrimento e à superação física e mental. Poliomielite aos 6 anos e uma perna mais curta, um gravíssimo acidente de trânsito aos 17 anos e longos e infrutíferos tratamentos. E uma perna amputada já no fim da vida. Como descreveu seu conterrâneo, o escritor Carlos Fuentes, no prefácio de O diário de Frida Kahlo – Um autorretrato íntimo, “sua dor e seu corpo foram fontes da sua arte”. A edição brasileira inclui ainda páginas que contam um pouco mais sobre a vida de cada personagem do livro, para além do que é mostrado nos quadrinhos, como o poeta Andre Breton e Paulette Goddard, mulher de Charles Chaplin e também amante de Diego Rivera.


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