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Estado de Minas ESPECIAL

Tecnologia: mineração a seco elimina uso de barragens. Conheça

Vale investirá R$ 11 bilhões na instalação e ampliação da umidade natural no processamento de minério. Técnica sem água não gera rejeito e descarta necessidade de barragens


Brumadinho e região | Reconstrução
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postado em 30/06/2019 06:04 / atualizado em 01/07/2019 10:36

Pilhas de minério no pátio de produtos em Brucutu(foto: Ricardo Teles/Vale)
Pilhas de minério no pátio de produtos em Brucutu (foto: Ricardo Teles/Vale)
Investir em tecnologia para garantir processos mais modernos e seguros na mineração. As experiências positivas da última década levaram a Vale a traçar metas ousadas para os próximos anos. Recentemente, a mineradora anunciou o investimento de R$ 11 bilhões para instalar e ampliar o uso do processamento a seco (ou umidade natural) do minério de ferro produzido em suas operações no Brasil até 2023. Por não usar água no processo, o método não gera rejeito e, portanto, não usa barragens. Hoje, cerca de 60% da produção da Vale ocorre a seco e a meta é chegar a 70%.

Na última década, a empresa investiu cerca de R$ 66 bilhões nesse método. O processamento a umidade natural é usado nas minas de Carajás, Serra Leste e Complexo S11D Eliezer Batista, no Pará, e em diversas plantas em Minas Gerais. No Pará, no chamado Sistema Norte, cerca de 80% dos quase 200 milhões de toneladas produzidas em 2018 foram por meio de processamento a seco. 

"Os novos investimentos serão usados em projetos futuros em Minas Gerais"

Fabiano Carvalho Filho, diretor de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos da Vale

Em Minas, o método foi ampliado de 20%, em 2016, para 32%, em 2018. Hoje, está presente em diversas unidades, como Brucutu (em São Gonçalo do Rio Abaixo), Alegria e Fábrica Nova (em Mariana), Fazendão e Fábrica (em Catas Altas) e Pico (em Itabirito), todas na Região Central do estado, além de Abóboras e Mutuca (em Nova Lima, na Grande BH). “Além disso, os novos investimentos serão usados em projetos futuros em Minas Gerais”, afirma o diretor de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos, Fabiano Carvalho Filho. 

Mas a ampliação depende de outros fatores, que têm a ver com características do produto extraído no estado. Isso porque o processamento a seco está vinculado à qualidade do minério de ferro. Enquanto em Carajás o teor de ferro já é elevado (acima de 64% de ferro), em Minas, a média é de 40% de ferro contido em rochas conhecidas como itabiritos. No primeiro caso, o material somente é britado e peneirado, para ser classificado por tamanho (granulometria). Em território mineiro, para aumentar o teor, o minério é concentrado por meio do beneficiamento feito a úmido, ou seja, com água.

Assim, as usinas que operam a seco no estado dependem da disponibilidade de minérios com teores mais altos (em torno de 60%) ainda encontrados em algumas minas. A Vale explica que para atingir a qualidade necessária e ser incorporada no portfólio de produtos da empresa, é necessária a blendagem (mistura) com os minérios de Carajás, feita nos centros de distribuição da Vale na China e na Malásia.

AMPLIAÇÃO 
Outra meta relacionada à redução de barragens diz respeito ao empilhamento. A Vale estuda investir, entre 2020 e 2023, cerca de R$ 1,5 bilhão na implementação de tecnologia de empilhamento de rejeito a seco (dry stacking) em Minas Gerais. A técnica permite filtrar e reutilizar a água do rejeito. Isso possibilita que esse último seja empilhado, reduzindo, assim, o uso das barragens. O objetivo é alcançar até 70% do rejeito disposto nos próximos anos. A empresa destaca, no entanto, que as ações dependem do aprimoramento da tecnologia e de questões externas, como licenças ambientais.
 
 

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