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Estado de Minas Minas 300 anos

Minas 300 anos: três séculos de um tesouro chamado Minas Gerais

Alvará régio de 2 de dezembro de 1720 marcava o nascimento de uma história que se consolidou entre as montanhas e frutificou em arte, riqueza e religiosidade


Minas 300 Anos
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Minas 300 Anos
postado em 02/12/2020 09:10 / atualizado em 02/12/2020 12:07

(foto: Adobe Stock Photo)
(foto: Adobe Stock Photo)

 
Minas do Norte, Sul, Leste e Centro-Oeste. Dos vales do Jequitinhonha, do Mucuri, do São Francisco, do Doce e do Aço. Gerais do Triângulo, Noroeste, Alto Paranaíba, do Campo das Vertentes, das montanhas centrais e da Zona da Mata. Minas Gerais. A organização política e administrativa deste território gigante completa hoje 300 anos, contados a partir do alvará assinado pelo rei de Portugal, dom João V, meses após a Sedição de Vila Rica. Esse movimento, cujo líder, Filipe dos Santos, foi supliciado pela Coroa portuguesa, abriu caminho para fazer brotar o sentimento de pertencimento à terra. E floresceu, quase sete décadas depois, no sonho de liberdade de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, e dos demais inconfidentes.

Vale destacar que Minas Gerais como o território que se conhece hoje só passou a existir no século 19. No século 18, as fronteiras eram imprecisas e foram sendo construídas ao longo do tempo. “A Inconfidência Mineira só pôde ocorrer porque havia um aprendizado de revolta que foi sendo construído desde a Guerra dos Emboabas. Os mineiros aprenderam a exigir da Coroa os seus direitos. E a Revolta de Vila Rica ajudou o povo nesse processo”, diz a professora de história Adriana Romeiro, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), autora de vários livros sobre a história do Brasil e de Minas Gerais.

Pelo alvará régio datado de 2 de dezembro de 1720, a Capitania de São Paulo e Minas do Ouro foi desmembrada, garantindo a autonomia política e administrativa para a Capitania de Minas, terra do ouro procurado pelos bandeirantes, depois dos diamantes descobertos na região do Rio Jequitinhonha e de conflitos nos grotões coloniais. Eram tempos de cobiça,de escravidão e também da construção de um conjunto arquitetônico que atrai sempre os olhos de admiração do mundo inteiro.

“O ano de 1720 é quando o rei de Portugal diz assim: ‘Quem manda aqui sou eu’”, compara Adriana Romeiro. Do período de descoberta das minas, no fim do século 17, a 1720, “a situação na região era de grande instabilidade política, de muita violência, sobretudo entre 1700 a 1709. Não existia justiça instituída, e sim grandes conflitos entre paulistas e forasteiros. É o período em que o poder político está na mão dos potentados (homens poderosos)”.
 
A época é chamada pela professora de “infância de Minas”. “Era um ambiente caótico, com grande presença de pessoas de várias regiões do Brasil e de Portugal. A criação da Capitania de Minas marca o fim da era dos potentados”, destaca Adriana Romeiro, que faz palestra hoje, às 10h, no canal virtual do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG), com o tema “Minas Gerais no imaginário setecentista: entre o sonho e o pesadelo”.

Pré-história 


Para contar a história destas terras, é preciso falar também das riquezas arqueológica e espeleológica representadas por Luzia, que vivia há 11 mil anos na região cárstica de Lagoa Santa e se tornou conhecida, na atualidade, como o fóssil humano mais antigo com datação no Brasil. Milênios depois, no século 17, brancos, negros e índios mexeram um caldeirão que resultouemarte, religiosidade, sabores e cultura mineira.

Neste canal especial comemorativo do tricentenário, o Estado de Minas busca traduzir, em depoimentos de homens e mulheres com a sensibilidade à flor da pele, o significado da “alma mineira”, essa peregrina que atravessa os tempos coloniais, imperiais e republicanos.

Em texto exclusivo e emocionante, a premiada escritora belo-horizontina Conceição Evaristo cita a escritora Carolina Maria de Jesus (1914-1977), mineira de Sacramento, Aleijadinho, os rios São Francisco e das Velhas, Milton Nascimento e a célebre Chica da Silva, que, por não conhecer o oceano, teria mandado fazer o seu próprio em um lago artificial no Arraial do Tejuco, hoje Diamantina. É ela quem sintetiza: “A alma mineira é escorregadia entre pedras, semar não temos, o Chico e suas águas nos batizam, e as águas das Velhas, o rio, não dormem em seu leito. Nem de mar a alma mineira precisa, Chica concebeu um”.
 

Viaje pela história de Minas

 
 

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