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Estado de Minas MEDICINA DO FUTURO

É preciso um novo olhar sobre a saúde

Após o surto de contaminação pela COVID-19, a tendência é de que hábitos sejam mudados. O tratamento poderá, assim, ser substituído pela prevenção


Medicina do Futuro
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Medicina do Futuro
postado em 12/07/2020 04:00 / atualizado em 01/12/2020 11:28

Ricardo Guimarães, presidente do Hospital de Olhos de Minas Gerais, afirma que haverá uma maior procura pela promoção da saúde(foto: Valnice Gonçalves )
Ricardo Guimarães, presidente do Hospital de Olhos de Minas Gerais, afirma que haverá uma maior procura pela promoção da saúde (foto: Valnice Gonçalves )
“É paradoxal, mas verdadeiro, que a pandemia vai nos ajudar a aprimorar o sistema de saúde e nos educar para sermos, cada um, o principal responsável pela preservação da nossa saúde”, diz Ricardo Guimarães, médico oftalmologista e presidente do Hospital de Olhos de Minas Gerais.

Ele explica que a necessidade de adaptar os centros de consulta em meio à pandemia possibilitou que processos relacionados à otimização da área da saúde fossem acelerados, como o uso da telemedicina.

Segundo Ricardo Guimarães, não há mais como não utilizar a tecnologia e a modalidade da consulta on-line como aliadas, já que representa o acesso aos cuidados médicos para milhões de pessoas, e, por isso mesmo, ele espera que seja adotada em larga escala.

Além disso, avalia que haverá uma alteração no próprio conceito de tratamento ao se falar em saúde como um todo, pois haverá uma maior procura e estima pela promoção da saúde.

“A doença deixa, assim, de ser um evento inevitável, já que adoecemos porque não cuidamos bem da nossa saúde, não fazemos prevenção e temos maus hábitos pessoais. Portanto, podemos agir preventivamente para impedi-las. Se antes éramos passivos, adoecíamos e procurávamos um médico para reparar a doença, tudo indica que, agora, seremos participativos nos cuidados desenvolvidos”, explica.

SOBRECARGA 

Após o fim da pandemia de COVID-19, o sistema de saúde poderá sofrer mudanças, e também uma sobrecarga clínica, a se justificar por hábitos e costumes adquiridos durante o isolamento social, como a falta de atividades físicas ou mesmo uma alimentação desregulada.

Segundo especialistas, a pandemia acelerou o processo de implementação de diversos cuidados relacionados à saúde de modo geral. Isso porque o que antes era discutido como alternativa para o tratamento de doenças ou mesmo para o próprio atendimento médico e acompanhamento clínico, se tornou medida urgente, como é o caso da telemedicina.

Para Mauro Lucio Rodrigues Coelho Jácome, especialista em endoscopia bariátrica e diretor técnico da Cronos Medicina Diagnóstica, esse cenário se justifica pela necessidade, em meio à pandemia, de evitar deslocamentos e interações sociais, o que gera otimização do tempo gasto pelas pessoas.

No entanto, Jácome pontua que as consequências poderão ser positivas ou negativas, o que só será constatado por meio da experiência. “Se haverá benefício ou prejuízo na qualidade do atendimento, ainda não se sabe. Essa certificação só será possível com o tempo e com a prática cotidiana.”

Porém, de acordo com Jácome, o mundo assumirá uma certa necessidade quanto à aplicabilidade do trabalho remoto, o que também exercerá influência sobre a medicina. “Isso resultará em economia de tempo e recursos para o setor. E ao mesmo tempo facilitará o acesso de pacientes em tratamento a distância”, comenta.

Apesar disso, ele acredita que haverá uma redução de interações entre médico e paciente, o que poderá culminar em interferências no atendimento. “A medicina demanda muito daquela coisa do olho no olho. Em alguns casos, até mesmo do toque. Penso que sempre que possível o atendimento deverá ser, preferencialmente, presencial”, avalia.
 
 
 
Mauro Lucio Rodrigues Coelho Jácome, diretor técnico da Cronos Medicina Diagnóstica, defende que, sempre que possível, o atendimento deverá ser presencial(foto: Divulgação)
Mauro Lucio Rodrigues Coelho Jácome, diretor técnico da Cronos Medicina Diagnóstica, defende que, sempre que possível, o atendimento deverá ser presencial (foto: Divulgação)
 
 
Jácome destaca que, como consequência do isolamento social e mesmo do medo de contaminação pelo novo coronavírus, no futuro pós-pandemia, a medicina tende a registrar um aumento nos índices de pessoas doentes, sem nenhuma relação direta com a própria COVID-19.

“Em muitos casos, as pessoas têm deixado de dar atenção aos demais problemas de saúde. Isso tende a gerar uma enorme procura por atendimento médico após o fim da quarentena, resultando em sobrecarga do sistema de saúde.”

Ainda, segundo o especialista, a redução da prática de atividades físicas, bem como o aumento na ingestão de alimentos durante o distanciamento social, pode culminar em aumento de quadros de obesidade e de doenças metabólicas.

* Estagiária sob supervisão da editora Teresa Caram

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